LXQt - a jóia ofuscada do mundo Linux

O LXQt é um ambiente de desktop que surgiu da necessidade de modernizar o LXDE. Devido à insatisfação com as limitações do GTK+ 3, iniciou-se os experimentos com o toolkit Qt em 2013. A partir dessa iniciativa, surgiu a ideia de fundir o LXDE com o Razor-Qt, outro projeto que também utilizava o Qt.

A fusão oficial ocorreu em 2013, dando origem ao LXQt. A escolha do Qt como toolkit principal permite ao LXQt oferecer uma interface gráfica mais moderna, maior flexibilidade e uma melhor integração com outras tecnologias. Embora as versões GTK+ do LXDE tenham coexistido com as versões Qt durante um período, a longo prazo o foco foi direcionado para a portabilidade completa para o Qt.

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LXDE

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Razor-qt

O LXQt possui uma arquitetura modular que permite aos usuários substituir qualquer componente por um programa de sua escolha. Essa flexibilidade é possível graças à sua natureza de código aberto. O Openbox, embora seja o gerenciador de janelas recomendado, pode ser facilmente substituído por outros como o Kwin.

O PCManFM, desenvolvido especificamente para os ambientes LXDE e LXQt, é o gerenciador de arquivos padrão. Por fim, o lxpanel é o componente responsável por gerenciar a barra de tarefas e outros elementos da área de trabalho.

Ele possui aplicativos próprios que desempenham muito bem suas funções:

  • PcManFm-qt - gerenciador de arquivos
  • Lximage-qt - visualizador de imagens
  • QTerminal - terminal
  • Qps - gerenciador de tarefas
  • Screengrab - “capturador” de tela/screenshot
  • LXQt-archiver - compactador de arquivos/“zipador”
  • LXQt-runner - menu de aplicativos

Inicialmente, o LXQt utilizava o Qt4. No entanto, em junho de 2014, passou a ter suporte completo ao Qt5. A partir da versão 0.9.0, o LXQt se tornou exclusivamente dependente do Qt5.

Desde então o projeto tem migrado de um modelo onde cada componente utilizava suas próprias bibliotecas para um modelo que utiliza o KFrameworks mais atual. Essa mudança gerou algumas preocupações sobre um aumento excessivo no tamanho e complexidade do sistema (bloat), por conta da associação com o KDE.

No entanto, essa preocupação se mostrou infundada. A adoção de KFrameworks recente tem como objetivo principal modularizar funcionalidades básicas do KDE, tornando-as reutilizáveis em outros projetos, como o próprio LXQt. Dessa forma, o LXQt pode se beneficiar de um conjunto de bibliotecas robustas e bem testadas, sem comprometer sua leveza e agilidade.

O LXQt tem um gerenciador de configurações bem completo, com links para todas as configurações disponíveis (brilho, som, sessão, etc.):

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Outras configurações podem ser iniciadas pelo terminal. Neste link você muitos outros. Abaixo cito alguns exemplos:

  • lxqt-config-appearance - aparência
  • lxqt-config-brightness - brilho
  • lxqt-config-file-associations - associações de arquivos
  • lxqt-config-globalkeyshortcuts - atalhos de teclado
  • lxqt-config-input - teclado e mouse
  • lxqt-config-locale - idioma e região
  • lxqt-config-monitor - monitor
  • lxqt-config-notificationd - notificações do sistema
  • lxqt-config-powermanagement - gerenciamento de energia
  • lxqt-config-session - sessão

Diferenças entre LXDE e LXQt

O LXDE e o LXQt são ambos ambientes de desktop leves e eficientes para sistemas Linux, projetados para oferecer uma experiência rápida e personalizável. No entanto, existem algumas diferenças importantes entre eles.

Desenvolvido originalmente em 2006, o LXDE utilizava o toolkit GTK+ para criar sua interface gráfica. Seu objetivo era ser o ambiente de desktop mais leve possível, com um consumo mínimo de recursos.

O LXQT permitiu uma maior integração com outros softwares baseados em Qt e uma interface gráfica mais moderna.

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Comparação entre LXDE e LXQt

Por que o LXQt é Pouco Usado?

O LXQt, apesar de ser um ambiente de desktop leve e eficiente, não possui a mesma popularidade de outros ambientes como GNOME ou KDE. Muitos usuários iniciantes em Linux são atraídos por distribuições com interfaces mais conhecidas, como Ubuntu (baseado em GNOME) ou Linux Mint (baseado em Cinnamon).

A comunidade do LXQt, embora ativa, é menor em comparação com as comunidades de outros ambientes de desktop mais populares. Isso pode resultar em menos tutoriais, fóruns e suporte disponíveis.

Embora o LXQt ofereça muitas opções de personalização, ele pode não ter a mesma gama de ferramentas e widgets que ambientes como o KDE Plasma. Enquanto o LXQt se integra bem com muitos aplicativos, pode haver algumas incompatibilidades ou falta de suporte para certos softwares menos populares.

Ambientes como o XFCE, que também são leves, já possuem uma base de usuários consolidada e são frequentemente recomendados para sistemas com recursos limitados.

Conclusão

O LXQt é uma jóia bem dilapidada que precisa ser mais divulgada e ofertada como uma solução que combina bem a leveza com a completude do KDE, sem trazer junto os defeitos.

A presença de outros ambientes leves pode ter ofuscado o brilho do LXQt, mas este tem recursos que não ficam a dever nada a ninguém. Muitas “distros” de montadoras de computador poderiam ser substituídos pelo LXQt, oferecendo uma base sempre atualizada para os iniciantes no nosso querido isfenicídio.

Fonte: links no texto e nas imagens

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Texto providencial. Tenho experimentado o LXQt porque seu projeto parece estar mais dinâmico que os de outros ambientes gráficos leves.

Não demora, e o LXQt estará devidamente adaptado ao Wayland.

De todo modo, o LXQt tem avançado com alguma rapidez, e cada nova edição traz mudanças significativas.

Outro ponto interessante é o LXQt aceitar bem programas e uma série de recursos do KDE Plasma. Eu não gosto muito do Plasma, prefiro um ambiente gráfico mais enxuto, mas admiro o “ecossistema” de programas do KDE. Então o LXQt vem me atender.

A questão do LXQt é que é leve, mas não tão leve quanto o LXDE. Tem um pouco mais de leveza que o Xfce, só que o Xfce (ambiente gráfico que eu adoro, aliás) ainda oferece mais recursos de configuração e customização.

Mas decidi apostar no LXQt. Num notebook “de entrada” que está comigo, pensei em instalar o Xubuntu, mas terminei pondo o Lubuntu. Que, a propósito, hoje também me parece um projeto mais vivo e dinâmico de sabor do Ubuntu que sua contraparte em Xfce.

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O Lxqt 2.0 lancou um novo menu moderno estilo xfce tambem ta bem melhor q aquele menu em lista antigo.

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Quando testei, achei legalzinho, nao e tao ruim, mas e meio “cru” na minha opnião, hj uso gnome, que obviamente nao e recomendado pra hardwares mais fracos, por isso indico mesmo o xfce, q usei por muito tempo, e é muito bom

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Sou alguém que usou o LXDE por anos e viu a evolução dele para o LXQt, mas nem tudo são flores. O problema começou quando ao invés de continuarem o porte para a versão mais recente do GTK, que na época era o 3, simplesmente abandonaram o LXDE e foram para o LXQt, ou seja, deixaram uma comunidade que gostava do LXDE de mãos atadas. Como todas as funções do LXDE eram totalmente escritas em GTK, migrar para o Qt até ter uma versão estável levou anos e os usuários acabaram partindo para outras DE, como XFCE e JWM, que era tão leve quanto. Nada se compara ao clássico LXDE, usar 150 MB de RAM em idle com tudo instalado. Querendo ou não, depois dessa “pisada de bola”, LXQt não é nem 1% do que poderia ser se tivesse mantido em GTK há 10 anos. Bons tempos que nunca mais voltam.

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O menu do LXQt 2.0 é um exemplo das mudanças significativas a cada edição. Quem quiser experimentar o LXQt 2.0 pode encontrá-lo no devido spin do Fedora ou no Lubuntu 24.10 — além, claro, de poder tê-lo distribuições rolling release.

Dadas as polêmicas quanto ao uso do GTK, que levaram às recriações do COSMIC e do Budgie, podemos pensar aqui que a mudança do LXDE para o LXQt foi até vanguarda, uma antecipação dos problemas que viriam.

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tomara que eles façam um filtro de luz azul nas configurações do sistema para nao depender do redshift

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Sinceramente, Gnome, KDE e Cinnamon são DEs muito mais agradáveis aos olhos do que o LXQT, LXDE e pode incluir XFCE também.
Sim eu sei que a proposta desses ambientes são para hardware limitados e que podem ser personalizados ao gosto do usuário mais nesse ponto o Mate é outra DE que se sobressai nesse quesito, além de na minha opinião muito mais pratico/logico de utilizar (talvez por seguir o gnome2) apesar de que o Mate engatinhar em termos de evoluções.
Novamente, minha opinião.

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Concordo com você, a primeira vista essas DE decepcionam por não serem tão agradáveis aos olhos, mesmo podendo personalizar (coisa que demanda tempo e paciência), a primeira impressão é mais forte. Utilizo o XFCE personalizado a meu gosto, sei bem como é essa decepção inicial que afasta o usuário.

E olha que eu também não curto GNOME e KDE.

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O LXQt não é lindo de morrer, mas seu visual padrão está acima do que vem no Xfce (pavoroso!). O ponto fraco vinha sendo o menu, mas, finalmente, ficou decente na edição 2.0.

Gosto do visual padrão do MATE, é bem resolvido. Pena que o projeto do MATE pareça ser um dos mais lentos em desenvolvimento. Até o projeto do Ubuntu MATE, antes vibrante, está sofrendo de estagnação.

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Mais ou menos, se tivessem mantido o GTK 3 talvez o projeto estivesse morto hoje, isso porque a decisão de migrar pro QT veio depois de um enorme esforço para migrar o painel para GTK 3 e dias antes de uma release o projeto inteiro recebeu uma chuva de warnings de depreciação por causa de uma atualização do GTK 3, ou seja, o trabalho de migração de meses foi jogado no lixo, já a migração do Qt 4 pro 5 e do 5 pro 6 foi muito mais tranquilo e sem dor, software GTK é custoso de manter a cada major release um cemitério enorme de projetos se forma, vale lembrar que já no 0.5 o port do LXDE já estava totalmente concluído o que veio depois foi lucro

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To começando a gostar do LXQt kkk não gostava pois achava muito feio agora tá mais bonito e to começando a gostar um pouco mais dele.

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Pra mim o que mata é o Openbox como window manager por padrão se eles tivessem uma window many própria tipo o xfce seria bom, esse negócio de poder usar outras wms que não foram feitas para o sistema sempre fica meio gambiarra.

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Eu não sei muito sobre o LXQt (Apesar de usar ele) nem sobre o XFCE portanto não posso falar de forma tecnica sobre ele já que seria falar além do que sei mas oque sei do Openbox é que ele até que funciona bem e o XLQt tambem só que pra quem busca beleza não é o melhor de todos e o openbox as vezes dá bug isso torna ele um pouco ruim em comparação com outros WMs, isso é a parte superficial do meu saber sobre o LXQt e Openbox.

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Estou curioso para ver o labwc ou wayfire no xfce e lxqt nao estou satisfeito com gnome nem kde ultimamente.

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Precisei deixar o Lubuntu. O notebook no qual estava instalado é um Samsung Book, que tem um recurso de proteção da bateria, na mesma linha do que a gente encontra em celulares, impedindo a recarga de ultrapassar 85% da capacidade total da bateria. O recurso pode ser habilitado no Windows, via programa Samsung Settings, mas o Lubuntu não o reconhece e termina por desabilitá-lo. O Linux Mint Cinnamon mantém a proteção da bateria acionada pelo Windows.

Isso vai depender muito do propósito do usuário para qual finalidade ele irá utilizar o ambiente gráfico. LXQT, Gnome e XFCE são ambientes mais leves e ricos em personalizações consumindo bem menos recursos do hardware já que essa é a proposta do projeto, tirando o cinnamon, kde e plasma que possui recursos mais elaborados porém mais consumo do hardware que é o caso do “Hidamari” eu pude notar que nos sistemas XFCE esse programa é mais eficiente poupando o processamento da cpu e ram se focando mais na gpu.

Há quem diga que esses sistemas não foram exatamente pensados em pcs com baixo poder de fogo mais sim para preservar os recursos do mesmo se caso o programa necessitar de mais processamento no caso de jogos ou edições de imagens tipo “Gimp”

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GNOME é o ambiente mais exigente de recursos, o mais pesado. Mas há configurações que podem deixá-lo próximo do KDE Plasma, do Cinnamon e do Budgie em exigência de recursos. Tal como há configurações que podem deixar Plasma, Cinnamon e Budgie mais leves, embora não no nível de leveza de MATE, Xfce e LXQt.

O Cinnamon eu uso há anos em máquinas com Celeron e 4 Gb de RAM, e roda tranquilo. Já o usei em computador com Pentium Dual Core antigo, 4 Gb de RAM e HD, e funcionou sem lentidão ou engasgos. Também usei nessa máquina distro com o Plasma nas edições 5.x, e correu tudo bem.

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