No mundo da tecnologia, é difícil ficar por dentro de tudo e o desconhecido pode ser assustador. O Linux é grátis, ainda assim muita gente não conhece e acha estranho, podendo parecer perda de tempo. Será verdade?
Concordo com o texto da postagem no site e a fala do vídeo no Youtube – então, vou só chamar atenção para alguns “pequenos detalhes”:
- A primeira falácia, nesse tipo de frase, é a mentira (escondida!) – de que alguém nasce, liga um computador – e já sabe usar o Windows (ou o MAC).
Se eu aceitasse a máxima capetalista de que “tempo é dinheiro”, bastaria “discutir a relação” (rs) que tive com o “computador pessoal” (Burrinho I, Burrinho II, Burrinho III, Burrinho IV) nos primeiros 30 anos, entre 1986 e 2016 – quando “ganhar a vida” era uma preocupação imediata, premente, urgente, presente a cada dia, a cada hora – e eu estava sempre “avaliando” (e anotando!) os resultados obtidos naquela minha “briga contra o tempo”… ou contra a falência, sempre à espreita.
Em 4 “fases” consecutivas, passei do “mais difícil”, “desesperador” etc., ao “cada vez menos difícil” – do “SO” inqualificável Apple II+, depois CP/M, em seguida, ao MS-DOS (e DR-DOS, bem melhor), e por fim ao Windows, que começou troncho, melhorou um pouco, mas nunca se tornou “satisfatório”, para mim. – Quando comecei a tentar o Linux, e até considerar que já podia deletar o Windows, só precisei aprender uns 5% “adicionais”, em relação a todo o “tempo” (e dinheiro! e sofrimento, e desespero) das 4 “fases” anteriores… principalmente, a 1ª de todas.
Cada “tempo gasto” numa fase, permitiu que a “fase” seguinte fosse “menos difícil”.
É claro que eu poderia ter me consultado com a Dona Fulana, “Leitora de Cartas, de Mãos e Previdente Evidente”, que me diria para esperar X anos, Y anos, e deixar para começar só quando o Windows tornasse minha vida super-fácil. – Será??
- O segundo tropeço, nessa estória, é a conversa fiada de que “tempo é dinheiro”. – Não quero propor que ninguém gaste “tempo”, lendo “Uma Suscinta História do Tempo”, de Stephen Hawking – mas se quiser, garanto que não será tempo perdido (rs).
Como foi dito muito bem, “tempo” só é dinheiro, na medida em que você acredita que deveria estar ganhando o máximo de dinheiro possível. – Se eu ganho 1 zilhão por hora, então não faz sentido gastar 1 hora consertando uma torneira. – Faz mais sentido pagar 1 merreca a um bombeiro hidráulico, e aproveitar esse “tempo” para ganhar +1 zilhão.
(Embora você gaste 3 ou 4 horas pesquisando “bombeiro hidráulico”, tentando telefonar para vários bombeiros, negociando, parado imobilizado em casa esperando o bombeiro que sempre atrasa, recebendo o bombeiro, mostrando a torneira, discutindo porque ele não entendeu nada… Tudo bem! Faz parte. – Quando penso em telefonar para 10 fornecedores de gás de cozinha, para economizar 5 ou 10 reis, lembro que 10 telefonemas custam mais do que isso. Ou que percorrer 10 lojas, de carro, pode ser mais caro do que vou economizar, pois não basta telefonar, é preciso ver que m³rda vou obter pelo menor preço).
E na hora do game? E na hora do Netflix? E nas 4 ou 5 horas de um churrasco? Você vai “desperdiçar” trocentos zilhões?? – E afinal, namorar… casar… anos, décadas de “diplomacia conjugal”… E filhos… fraldas… fase aborrescente… “Pai, vem me buscar, a festa acabou” (às 3:00 da madrugada)… “O senhor é o pai do Fulano? Aqui é da delegacia” (rá rá rá!)… Se “tempo é dinheiro”, não seria melhor, só negociar rapidamente 1 merreca por 1 transa de 5 minutos?? – Assim, dá para poupar 55 minutos, e ganhar “quase 1 zilhão”!
“Cada minuto é precioso! Precificado!! Vou virar máquina!” – É o caminho garantido para uma crise de stress, que poderá deixá-lo “improdutivo” por um longo período – e talvez, abreviar seu “tempo” neste vale de lágrimas. Tudo bem! Morrer antes da hora, não deixa de ser um modo de “ganhar tempo”.
- O “tempo” não é “igual”. – O balconista que ganha para ficar 8 horas (ou 12 horas) de bobeira, esperando algum incauto aparecer para jogar dinheiro fora, não tem pressa. – Mas se você é o incauto, e precisa resolver 10 coisas no curto intervalo do almoço, é um pé-nos-bagos, aturar um balconista que acha que tem “todo o tempo do mundo”… ou que joga 15 minutos de conversa com a moça bonita que está à sua frente na fila (e você é feio, apressado, portanto antipático).
Isso me lembra uma musiquinha fabulosa: – “Eu sei que vou sofrer / a eterna desventura de viver”. – Ou aquela frase cretina: – “Relaxa e goza”.
Se você ganha (1 merreca) para ficar 8 horas (ou 14 horas) atrás do balcão, esperando aparecer um incauto, otário, chato, barbado, fedido, estressado, antipático etc. vir interromper os sonhos com que você se distrai do péssimo salário, da péssima vida etc., existe sempre a possibilidade de desarmar a pessoa, tratando-a bem. De repente, a vida pode (até!) ser menos chata. Por trás de um chato, você pode descobrir alguma ótima pessoa, que pensa igual você, que tem ideias interessantes… Vai, que dá até um casamento, “e foram felizes por toda a vida”, rá rá. – E se vc é o incauto, chato, apressado, estúpido, arrogante etc. que entra numa loja mal-gerenciada, idem, idem. – E se não der certo, apenas marque aquela loja, para nunca mais entrar lá. – Meu irmão (chatíssimo! ha ha), certa vez me deu uma dica interessante, sobre “Farmácias”: – Se tem 3 balconistas às moscas, e nenhum cliente… fuja correndo! Prefira as que tiverem 5 balconistas, ocupadíssimos com 10 clientes. Em geral, o preço é bom, o estoque é atualizado, e o atendimento provavelmente será mais rápido (apesar da espera).
“Tempo”, é “o que você faz com o tempo”.
- “Gastar tempo”, pode ser uma das maiores delícias dessa vida. – Melhor 1 hora de happy-hour em boas companhias, relax, jogando conversa fora etc., do que 10 horas “produtivas” com qualquer “chefe” bafejando no cangote – mesmo ganhando 1 zilhão por hora.
Namorar. Ver um bom filme. Ler um bom livro. – Ou, brincar com 1 (ou várias) distros Linux.
Bão demais.
Windows nunca me fez “ganhar tempo”. – Em informática, o único tempo que “ganhei”, foi justamente, o que “investi” em aprender, destrinchar, me familiarizar com distros Linux.
Achei que faltou passar a ideia empresarial. Muitos desistem da utilização de software livre por ter que aprender do zero, pagar um curso para poder aprender etc. Mas que o software livre muitas vezes tem que ser visto como o do proprietário, ao invés de tentar fazer tudo do zero contratar um suporte para fazer as coisas acontecerem. No software proprietário compramos o app com o suporte incluso, no livre escolhemos quando adquirir um suporte. É possível contratar um suporte para deixar tudo pronto para ser utilizado ou para ser configurado como o usuário quer, ou seja deixar os serviços prontos igual quando compramos um windows server etc.