Liberté, Égalité, Fraternité - França avança na adoção do software livre

Na França, Lyon, a terceira maior cidade francesa, anunciou uma estratégia de transformação digital para instalar o Linux e software livre nos seus escritórios governamentais.

A iniciativa prevê a substituição gradual do Windows e Office por alternativas livres. Mas, invés do LibreOffice, a cidade optou pelo OnlyOffice, pacote de produtividade desenvolvido pela Ascensio Systems, na Letónia.

A transição abrangerá mais de 10.000 funcionários públicos, centrada num programa de formação e desenvolvimento de aplicações próprias, por meio de um pacote colaborativo interoperável para videochamadas e colaboração.

A Polícia Francesa já utiliza uma versão própria do Ubuntu, enquanto países como Alemanha e Dinamarca iniciaram estratégias semelhantes de adoção do Linux e LibreOffice.

A mudança para Linux e software livre em diversas cidades europeias surge em resposta a preocupações crescentes com a soberania digital e a gestão de dados por grandes empresas tecnológicas.

A União Europeia manifestou o desejo de diminuir a dependência da Microsoft, especialmente após o bloqueio de contas de email de um juiz do Tribunal Penal Internacional.

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Já tá passando da hora da UE ficar menos independente da Microsoft. Quem sabe O Brasil adota uma política semelhante, pelo menos nas universidades e escolas públicas.

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Já tentei usar onlyoffice, mas não me adaptei.

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Um hábito recorrente nos sites, blogs, fóruns etc. de TI – não só aqui! Isso é geral! – é embaralhar “UE”, “País”, “estado”, “Município”, condomínio etc.

  • botei “estado” em minúscula – porque “Estado” costuma ser o aparelho estatal de um País.

  • Cuidado com notícias internacionais: – Traduzem “estadual” como “Estatal”. – Não é só “o Google”. Há séculos, filiais locais de agências internacionais como Reuters, UPI, AP, AFP etc. têm o hábito de contratar estagiários, que usam “dicionário” para traduzir idiomas que desconhecem. – Nos anos 80, tínhamos um estagiário que traduzia “ingresos” (renda!), do español, como se fossem ingressos do Maracanã. – E o suposto “jornal” publicava.

Há muito tempo, a polícia francesa usa Linux (ou similar, sei lá). – Mas qual “polícia”? – A “judiciária”, controlada pelo Ministério Público (procuradores, ou seja, Poder Judiciário)? – A “nacional”, controlada pelo Ministério do Interior (Executivo, Governo central)?

Na Alemanha, muitas notícias dizem “Estatal” – quando, na verdade, se trata de “estadual”. – Só que na Alemanha, os “Estados” têm uma autonomia que os “estados” brasileiros não têm.

A “cidade de Munique” é outro caso que não tem nenhuma comparação com o Brasil. – A Alemanha foi formada a partir de um monte de “pequenos Estados”, “cidades autônomas” etc. – que não têm nenhum paralelo com o “aparelho estatal” brasileiro.

A França, ao contrário, é um “Estado” muito “centralizado” – com pouca, ou quase nenhuma autonomia local, regional. – A história do Brasil é um prolongado conflito entre os modelos “centralizado” e “federalista”, com muitos avanços, recuos, nuances e sutilezas.

Os EUA, que teoricamente seriam uma “federação de Estados” – “Estados Unidos” – Há muito tempo, a “União” se sobrepôs aos “Estados” (províncias). – E agora mesmo, Trump está intervindo pesado no policiamento da California.

E a “União Europeia”? – Teoricamente, até tem um “Parlamento Europeu” – mas há muito tempo, é governada por autoridades não-eleitas. – Para todos os efeitos práticos, concretos, “reais”, é um continente “sob ocupação militar dos EUA”:

Quem manda na bagaça toda, são os “tecnocratas” – não-eleitos – controlados pelos EUA.

Toda a legislação europeia foi alterada – de modo que nenhum “governo nacional” pode desobedecer às decisões da “Comunidade Europeia” – controlada por tecnocratas não-eleitos.

Deixemos de lado 1.000 questões “políticas”. – Pensemos só na questão “Linux vs. Microsoft”. – Ou, vamos dizer, “software livre X software proprietário dos EUA”, sujeito às leis, juízes, CIA, FBI, NSA etc. dos EUA.

O Parlamento Europeu pode legislar – assim como os parlamentos “nacionais” de cada País – ou os parlamentos “estaduais”, “das cidades” etc.

Mas quem manda, de verdade, é a “Comissão Europeia” (não-eleita!) – e nela, mandam os EUA – que mantêm a Europa sob ocupação militar desde 1945.

A França, liderada por De Gaule, foi uma exceção – independente, altivo etc. – até que uma “primavera colorida” derrubou De Gaule.

Por todos esses motivos, acho muito interessante a gente acompanhar as tentativas de algumas “cidades”, de algumas “províncias” – até agora, nenhum “País”. – Mas não boto muita esperança, a longo prazo.

A Europa tinha a garantia de um fornecimento quase infinito de gás, a preços camaradas – mas bastou uma ordem dos EUA – e agora, se afunda na miséria, comprando gás 3x ou 4x mais caro.

Terá “independência” para chutar o “software proprietário” – muito menos vital, do que o gás?

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Se não me engano, as escolas públicas aqui em Duque de Caxias, RJ adotaram a distro Ubuntu para os computadores nas escolas públicas. Há muito tempo atrás eles usavam o Kurumin.

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Auder, posso garantir que esta vontade já existe no setor público brasileiro. Não somente em relação a servidores, mas especialmente estes. Sou funcionário de uma empresa federal, e nosso SO padrão para ETs conectadas a intranet é uma versão modificada do Ubuntu. Talvez o Brasil precise oficializar este posicionamento.

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