Jonathan Riddell abandona o KDE após 25 anos

Obrigado pelo link!

E o resumo dele é matador:

Quem “sacrifica” sua vida social, lazer, família etc. – na verdade, não tinha nada disso – ou tinha só por “obrigação”, por ser “o certo”, e não por realmente querer, curtir, dar valor.

É errado? Nessa vida, não existe certo nem errado. Onde houver 10 pessoas, haverá 11 “modos de ser”.

Não saber dizer “não”, por exemplo. – Só não dá para culpar os outros por isso. – A humanidade é um vasto “mercado”, onde todos tentam “vender”, todos fingem não querer comprar, a pechincha não acaba nunca, e todos tentam manipular os outros, o tempo todo (começa-se a aprender, ao chorar e ganhar mamadeira: X atende correndo, com ansiedade e sentimento de culpa; enquanto Y atende de boas, sem se alterar, e só quando entende que deve). – Todas as pessoas são “testadas”, o tempo todo. O que uma pessoa permitir que se faça com ela, alguém fará. Mais provavelmente, todos farão.

A cobrança pode, até, ser “justificada”. – Aceitar uma enxurrada de cobranças, não. – É aceitar uma ilusão, que é implantada em nós, para que sejamos cada vez mais consumistas.

Nenhuma empresa “atende” cobrança por “melhorias”. – Apenas seleciona 2 ou 3 ideias, dadas gratuitamente pelos consumidores – se perceber que aquilo poderá ampliar seus lucros, 100 vezes ou 1.000 vezes mais do que custará, colocando-a à frente da concorrência.

(E vai tratar de registrar, patentear, copyrightear, enfim, o escambau. – Lixe-se, quem deu a ideia. – E se puder piratear uma ideia, processo etc. de outra empresa com menos recursos para enfrentar longos processos judiciais, fará isso).

Todas as outras 9.999 “melhorias” cobradas pelos consumidores serão solenemente ignoradas – ou, guardadas num “estoque de ideias”, pois um dia poderão ser úteis. – E afinal, não custaram nada, mesmo, né.

A ideia de que todas as empresas vivem numa roda-viva interminável de pesquisa, investimento, melhorias etc. é uma ilusão. – Na verdade, esse estresse é induzido nos trabalhadores e nos consumidores, para que se matem de trabalhar, de se endividar, e de jogar fora o que têm para comprar de novo. De cada 100 “melhorias”, 99 são bobinhas, inúteis, supérfluas, dispensáveis, servindo apenas para dourar a pílula. – Podendo haver 2 melhorias realmente úteis, o produto com 1 delas custará 70% mais caro; e o produto com as 2, “custará” 200% mais caro… sem que nenhum custo real justifique isso. E virão embaralhadas com 20 ou 30 “melhorias” inúteis, de modo que seja cada vez mais difícil a gente fazer uma análise racional do que precisa e do que não precisa (além de não haver opção de dispensar as “melhorias” inúteis).

Cada DEV (ou “team”) que cai nessa patuscada de “cobrança infinita de melhorias”, já começou a esquecer o princípio KISS – alimentando, talvez, a ilusão de conquistar o universo, fazendo tudo, e mais um pouco.

É por isso que não vejo nenhuma incompatibilidade em fazer por hobby, nas horas vagas – sem sacrificar o ganha-pão, o descanso, o lazer, a família, o cachorrinho, os gatinhos, as férias, viagens, a troca de carro antes que vire lata-velha etc. – KISS… e aprenda a dizer “não”.

Com código livre e modularidade – outro, que desenvolva +1 “módulo”. – “De repente, até ajudo, quando voltar do cinema. Ou das férias”.

Agora, se cair no canto da sereia (ou, no conto do vigário) – como somos ensinados a cair, em nome de uns e outros “princípios” – aí, fica difícil.

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