Opa, acho que o maior problema da questão é que “depende”.
Assim como tem softwares feitos em formatos “tradicionais”, digamos, como .deb e .rpm que são lentos, usam muita RAM, ou qualquer coisas dessas, existem snaps que são assim, não por serem snaps, mas por serem simplesmente assim.
Então tudo que vou dizer aqui é generalizando, blz?
Memória:
Um software em Snap não tende a usar mais RAM do que a sua contraparte em qualquer outro formato, o que muda é que para ter suporte a snaps, você precisa de um daemon “extra”, o snapd.
Não estou com nenhum snap aberto nesse momento, e o snapd consome apenas 18MB de RAM.
Processador
Mesmo caso da memória. Uso de CPU por ele fica 0.00% no monitor do sistema. Certamente usa algo, mas é bem pouca coisa. Observando que é um Ryzen 7, em CPUs mais fracas, o % pode ser diferente.
Espaço em Disco
Outra coisa que depende o programa. Naturalmente se usa mais espaço em alguns casos, por conta de todas as dependências estarem no pacote. Esse provavelmente é o único contra dessa abordagem. Mas Docker mesmo já provou que é melhor gastar espaço em disco em prol de compatibilidade.
Eu escrevi esse artigo em 2020, talvez seja o caso de revisitar:
Uma coisa que percebi é que o Firefox em Snap e .deb tem o mesmo tamanho instalados, porém, o pacote .deb é mais compacto para baixar. No fim, os dois tem o mesmo tamanho em disco, mas os novos downloads de versões novas do mesmo software, podem ser maiores em Snap, com o contraponto de que não é gasto tempo descompactando arquivo e jogando em pastas via DPKG, mas se gasta tempo montando uma nova imagem. É um grande jogo de perde e ganha que não sei se tem um vitorioso claro.
No caso do Firefox, e isso pode ocorrer com outros softwares, o Firefox Snap é feito diretamente pela Mozilla, o .deb, é criado pelas distros baseando-se no software da Mozilla.
Tempo de update
Mais uma coisa bem relativa a cada software, alguns dos softwares em Snap são as versões originais mantidas pelos devs, como o caso do Authy da Twilio, a versão em Flatpak é um reempacotamento feito pela comunidade, e o seu update vai depender do quão atencioso esse dev for a isso, o mesmo vale para o Spotify.
Mas existem casos contrários, o OBS Studio por exemplo tem sua distribuição direta feita pelo OBS mesmo em flatpak, enquanto a versão SNAP é obra da Canonical e da comunidade, então depende muito do programa. Não é uma questão de formato, esse tipo de coisa já ocorria e ainda ocorre com formatos tradicionais de pacotes.
Quando ao tempo de download, são maiores quantidades de dados, teoricamente demora mais, dependendo da internet. Os updates dos snaps são automáticos por padrão, e agora me ocorreu que eu nunca precisei atualizar manualmente ou senti que eles estavam atualizando por questão de velocidade ou algo assim no sistema.
A velocidade de instalação, depende do pacote mais uma vez, e depende de outros fatores, velocidade da internet, do servidor, do tamanho do Snap, tec.
Para finalizar, um comentário meu mais recente sobre o assunto:
Sinceramente, eu acho os Snaps uma boa alternativa, em geral é uma solução bem mais robusta e cheia de recursos do que o .deb, porém, somente o Ubuntu e suas flavours oficiais realmente estão adotando ele.
Eles não são de código fechado, o GIMP em Snap é tão aberto quanto o GIMP em .deb, a parte do servidor, que distribui os updates e os pacotes é que tem código fechado, o cliente é aberto.
Eu consigo compreender perfeitamente quem não se sente confortável com isso, mas francamente, em sentido prático, se a pessoa já confia na Canonical para usar o sistema (e acho pouco provável que as pessoas verifiquem o código de tudo antes de baixar pacotes ou atualizações), confiar no trabalho da Canonical com a Snap Store é só mais uma coisa.
O próprio Launchpad, que abriga os PPAs, era fechado no começo, e depois se tornou aberto. A Canonical parece já ter experiência com isso e saber quando vale a pena fazer certas coisas. Podemos discordar, claro, mas ainda estamos usando tudo o que eles fazem de graça.
Seria melhor se fosse de código aberto? Provavelmente, sim; mais pelo status do que pela utilidade, mas não é o fim do mundo não ser. A maior parte das pessoas usa Windows no desktop e Android no smartphone, além de rodar programas proprietários aqui e ali de toda forma, e isso parece que nunca foi um problema, não é com isso que a maioria se importa, o que não faz o assunto ser menos importante para quem sim, se importa.
Abraços!