Discussão sobre Linus Tech Tips mudando para Linux

No dia 9 de Novembro, Linus Tech Tips postou o primeiro vídeo do seu desafio “mudando para Linux por 1 mês” e eu gostaria de discutir com vocês sobre o quanto o Linux Desktop continua uma bagunça, sendo essa a minha opinião.

Vídeo:

Adendo, não é apenas o Linus participando do desafio, mas também outro membro de sua equipe chamado Luke.

Sobre o vídeo, Linus, de cara, acaba lidando com o primeiro problema de quem começa a usar Linux Desktop: escolher uma distribuição. Felizmente, ele facilmente escolheu o Pop!_OS, mas, infelizmente, o sistema quebrou de maneira vergonhosa.

Ao tentar instalar a Steam, Linus, basicamente, quebrou o sistema devido a um bug que já era de conhecimento da System76 e já tinha sido resolvido em uma atualização, porém Linus não tinha atualizado o sistema após a instalação.

Após a quebra do sistema, Linus decide instalar o Manjaro e ele acaba se deparando com problemas que o @Dio já tinha abordado no vídeo Manjaro NÃO parece PRONTO para “representar o Linux” para o mundo, criticando não só as péssimas decisões por parte dos desenvolvedores do Manjaro, mas o Linus também é bem pontual ao dizer que “as configurações da Microsoft são ruins, mas essas são piores”, referindo-se as configurações do KDE Plasma.

Em contraste, Luke, acaba escolhendo o Mint e tem uma experiência bem tranquila, tendo sim que recorrer ao terminal, mas não muda o fato de ter sido uma experiência tranquila, sabendo exatamente onde ir e o que fazer por já ter usado o Linux Mint antes.

Eu não quero me estender muito sobre o vídeo, porque gostaria que vocês assistissem e compartilhassem a opinião de vocês, mas a minha opinião é que o Linux Desktop continua uma bagunça e creio que isso se deve por motivos que já foram discutidos incontáveis vezes, como a liberdade excessiva como padrão, a falta de orientação (no caso do Pop!_OS quebrando, quando o usuário deveria ser obrigado a atualizar o sistema ou receber um sistema atualizado após a instalação), a ideia de que todo usuário é power user etc.

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Eu assisti ontem o vídeo, confesso que estava apreensivo, afinal, o Linus e a LMG como um todo é uma “referência” para muitos testarem novas tecnologias, em especial o Anthony por ser “o cara do Linux”. Quando deu pau no Pop!_OS, para o Linus, eu gelei, pois é uma distro, goste você ou não, mainstream nos dias atuais para quem usa Linux a pouco tempo, quiçá a bastante também, pois combina os melhores pontos do Ubuntu e, ao mesmo tempo, tem o apelo de ser uma “distro gamer”, mas que não faz a propaganda nível Garuda, por exemplo.

Uma coisa eu percebi também foi que, na instalação que o Luke fez do Mint, de cara percebemos a certa loucura que o X11 tem, quando quer, com monitor duplo e a “gafe” de instalar o Wine via software center, onde é bem antigo, creio eu ser o Wine 5.x? Em fim… Resumo da ópera: Linux não está pronto mesmo para ser adotado pela massa, AKA, usuários diversos, por mais que existam projetos incríveis, como o caso do Mint e, “recentemente”, o Zorin. Felizmente, ou não, o Sr pinguim vai ser amado e usado até o talo por quem é um pouco mais tech savvy

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1 - Não existe Linux Desktop. Linux é um Kernel! O que existe são distros (que usam o Kernel Linux) e seus diversos ambientes gráficos o que acaba criando a falta de padrão entre as distros.
2 - Sobre o PoP!_OS ter quebrado é justamente o motivo que me faz permanecer sempre no Ubuntu LTS. Sabemos que sistemas que recebem atualizações “loucamente” não tem como competir com distros mais solidas como Ubuntu LTS ou Debian por exemplo na questão de estabilidade. Windows 10 é um exemplo claro com todas as novas atualizações inserindo um bug chato novo.
3 - Usar o Manjaro KDE foi uma grande armadilha vide a bagunça q ele é (O @Dio até mostra num video), e sempre achei o KDE com opções demais para usuários comuns.

Enfim, limito meus comentários a estes pontos já que n vi o video.

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“Linux Desktop” é o termo que utilizo para me referir aos sistemas operacionais baseados em Linux para computadores pessoais. Ademais, a bagunça da qual me refiro não se trata especificamente da falta de padronização dos ambientes gráficos :grin:

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Eu entendi seu contexto. Só quis reforçar msm.
O que eu acredito é: Certas distros Linux para Desktop estão prontas e outras não.

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Não vi o vídeo mas queria deixar a minha opinião sobre o que foi falado :grinning::
E normal passar por dificuldades ao migrar para um sistema diferente do que já se esta acostumado, afinal são sistemas diferentes.
E se você quer estabilidade o mais recomendado é um sistema mais estável, um LTS da vida, mas realmente escolher uma distro pra quem tá começando não é fácil.
Já o KDE não tem muito como defender ser bugado e cheio de configurações é “normal” pro KDE, são poucas distros que tem um KDE realmente estável e o Manjaro não é uma delas.
:+1:

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Por essas e outras que o Linux Mint tem seu valor. Tal como o Zorin OS e o muitas vezes esquecido Linux Lite. Interessante é que o Pop!_OS está indicado no canal Diolinux como uma distro boa para iniciantes, e aí seus desenvolvedores dão essa enorme bobeada… (Eu ainda acho o Pop!_OS um belo “cartão de visitas” do Mundo Linux, mas suas limitações quanto ao dual boot eu vejo como contra-indicações para quem está começando.)

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Felizmente no final isso acabou ajudando o Pop :grinning:

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Deu uma boa melhorada no quesito facilidade de dual boot, o William mostrou neste tópico. Porém é ainda uma etapa extra se comparado ao *Ubuntu

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Por outro lado, e a respeito de servidores… (Esse vídeo tem uma pegadinha, aliás.)

Se até o próprio Linus Benedict Torvalds considera algumas distro Linux como o próprio desastre de Chernobyl. Pq usuários comum tbm não podem criticar o Linux?!

fanatismo aqui não!

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Não tenho tanta experiência com distros Linux como muitos aqui no fórum, mas utilizo distros Ubuntu based como daily driver faz cerca de um ano. Minha percepção de iniciante é de que o próprio Ubuntu e distros derivadas dele (mint, Zorin…) são ótimas portas de entrada para novatos, especialmente os que não tem muita destreza com o computador.
No entanto, eu realmente fico relutante em recomendar distros Linux para qualquer um, especialmente quem tem pouquíssimo conhecimento sobre informática. Tenho esta opinião pois problemas de compatibilidade de hardware existem, uma vez que muitos drivers são proprietários. Além disso, as coisas funcionam diferente do Windows, não tem jeito, eventualmente vai ser necessário correr atrás de algum tutorial na internet pra instalar algum software e pode ser que envolva o uso do terminal. Creio que estas situações são o pretexto que muitos que não estão dispostos a disponibilizar tempo para aprender Linux precisam para desistir das distros e voltar para o Windows, o que é perfeitamente compreensível.
Sobre ser uma bagunça, eu vejo que é justamente onde as distros brilham hahaha. A liberdade de escolha foi o que me atraiu no mundo Linux, e vejo que está na essência do software livre. Mas claro que isto passa pelo paradoxo das escolhas, muitos não querem se preocupar em escolher e aí torna-se um ponto negativo.

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Essa é uma questão interessante, porque nesse caso seria melhor a .iso para instalação ter esse problema corrigido por padrão (o que resultaria em um PopOs 21.04.1, seria um repacotamento do sistema só para corrigir um bug que poderia ser resolvido atualizando o sistema), ou o sistema instalar pacotes atualizados na hora da instalação ou automaticamente atualizar na hora do primeiro boot (o que vai contra o direito do usuário de utilizar o sistema como quiser, incluindo realizar downgrade e não atualizar os programas se assim desejar). Ambas as opções são viáveis e acredito que sejam convenientes ao usuário leigo/casual, que é o público atual do PopOs.

Ou a PopShop poderia só ter mudado a mensagem de erro que deu naquela ocasião, alertando que a Steam estava conflitando com pacotes essenciais do sistema e aconselhando o usuário à não instalar o software ou recorrer à ajuda ao suporte da PopOs.

Também acredito que seria melhor se o KDE tivesse um “modo avançado” nas configurações, que quando ativado mostraria toda a infinidade de opções que vemos por padrão hoje. Ter várias opções de configurações e ferramentas é legal, mas igualmente perigoso quando lembramos que o KDE certamente é a DE para quem está vindo do Windows (aka usuários leigos e/ou casuais), e ainda pior pois o Steam Deck virá com KDE por padrão, o que o fará atingir ainda mais usuários acostumados com Windows.

Já faz algum tempo que o Linus vem falando em um programa, fora do canal principal, sobre esse desafio de utilizar uma distro Linux como um usuário comum (sem ajuda do Anthony, um membro da equipe que usa Arch BTW), e tem sido interessante ver a discussão de como tem sido após algum tempo utilizando o sistema.

Pra quem quiser ver alguns dos vídeos:

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É aquela “recomendação” no mesmo esquema dos q usam Arch Linux. Eles acham q por saberem usar a distro vai ser bom pra qualquer iniciante, o q frenquentemente não se traduz na realidade. Eu pessoalmente jamais recomendaria qualquer distro RR pra iniciantes.

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só meu ver é possível conciliar as duas coisas, só que ninguém se empenhar ou não se importam, em organizar as coisas. (ou até mesmo pq demandaria muito esforço … )
para termos uma noção, os binário do sistema ficam ao lado de apps que usamos rotineiramente (navegadores, apps de mensagem, editor de documentos,…), isso tbm ocorre com bibliotecas, aí quando vc remove um simples app ele acaba levando um componente importante do sistema e quebrando tudo.
outro exemplo é vc não conseguir “formatar” ou “restaurar as configurações de fabrica” pq tá tudo junto e misturado ao ponto de vc não conseguir separar sem deixar resido ou quebrar tudo.
E o pior de tudo, mudanças nunca são bem vindas na comunidade Linux, dando sempre um jeito de ficar contornado os problemas/limitações até chegar ao ponto de ser impossível manter as coisas (como é o caso do xorg que passou três anos sem atualização, pq ninguém que manter essa tranqueira)

concluindo: os problemas/limitações do Linux são consequências do padrão de como as distribuições se estruturam (gerenciadores de pacotes, libc, init, bootloader, hierarquia do sistema de arquivos, ambiente gráfico e por ai vai) e por consequência a forma que elas pensam como as coisas devem ser e funcionar, por exemplo para os desenvolvedores do debiam está ótimo manter pacotes mais antigos, ou para o pessoal do arch está ótimo não ter um instalador gráfico, para o KDE está ótimo ter várias opções e nenhuma fazer sentido, já para o gnome está ótimo ficar removendo recursos.
resumão: para os desenvolvedores dos softwares que usamos (componha o sistema ou não) está ótimo como as coisas estão.

obs.: usei o termo Linux para me referir as distribuições genéricas que já conhecemos e convivemos, tenho consciência que as coisas funciona diferente em um Android, Chrome os ou até mesmo para uma distribuição mais próxima das outras como fedora silverblue e nixos.
outro adendo é que os problemas que eu sitei podem não ser um problema para alguns e/ou outros contextos (como servidores,embarcados, …) mas a discussão tem foco no desktop.
tbm não mencionei a questão dos drives, conflitos entre licenças, ideologia , comunidades/seitas, mercado e empresas, ou o fato de projetos não poderem crescer por falte de dinheiro.

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Concordo com você, e apesar de ter adentrado nesse mundo a pouco tempo, também vejo que é meio que a forma que as coisas funcionam no Linux. Creio que essa situação acaba sendo uma consequência da própria ideia por trás do software livre, cada comunidade dentro do mundo Linux pensa e faz as coisas do seu jeito, seguindo o caminho que acham correto.

Pois é, por estas e outras eu fico muito relutante em recomendar alguma distro Linux para alguém que não tem um certo conhecimento ou não tenha tempo para se dedicar a aprender como funciona o sistema. A liberdade que o usuário tem para alterar as coisas no Linux e mexer com o sistema, apesar de ser um grande diferencial, também traz uma série de problemas se a pessoa não sabe o que está fazendo.

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Linus nunca foi um cara(ou canal) muito ligado em tecnologia fora do “padrão de mercado”, o conteúdo dele é bastante imparcial e duvidoso. Mas ainda é um canal interessante e etc, agora esse vídeo foi péssimo e extremamente preguiçoso porque ele não deu a oportunidade de entender um pouco do funcionamento da coisa antes de começar e nem usou o Anthony como guia para compreender um pouco mais o desafio e esse vídeo é resultado disso.

A comunidade ainda vai ter que esperar um pouco pra ter uma comunidade maior do que já é mas o exemplo bom é o que vem acontecendo com o crescimento do canal diolinux e outros canais de fora, espero que continue crescendo

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No meu ver problema do Linux Desktop no geral é pecar é algumas áreas fora o software. Empresas grandes como a Apple, a Microsoft e a Google, investem bastante em marketing, design, experiencia do usuário além de entregarem um sistema funcional e sem grades bugs. Aquele menu do Manjaro tá implorando pra algumas melhorias na experiencia do usuário.

Em distros pequenas eu até entendo, porque faltam recursos, mas em distros que tem empresas por trás e q focam em usuários leigos é preciso ter mais investimento nessas áreas. Os usuários comuns não querem saber o que é deb, rpm, flatpak, x11, wayland, gnome, kde, ext4, btrfs, drivers etc. Eles só querem fazer as coisas do dia a dia e serem produtivos.

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Aí é um dos pontos que abordei aqui :arrow_down:

Posso até ser jubilado do fórum pelo que direi, porém, as distros oferecerem essa liberdade de você correr atrás de alguns pontos, isso onde convém e a proposta da distro em si, é algo muito positivo. Muitos “imploram” por uma certa homogenia como no Windows, exemplo: interface padrão e uma forma única de instalar pacotes. Mas isso acaba com a graça do Linux que é ter a liberdade de sair explorando a fora, não “apenas” editando registro do sistema operacional.

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Eu discordo.

Linus se propôs justamente a utilizar Linux no Desktop da forma que uma pessoa normal começaria a usar, sem saber nada e aprender enquanto usa. Não consultar Anthony é proposital também, porque as pessoas normalmente não tem um guru como o Anthony para consultar.

O vídeo é resultado de uma tentativa genuina, similar a minha quando comecei a usar Linux no Desktop.

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