Bem, primeiramente, acredito que para realizarmos esse tipo de comparação é necessário conhecer os modelos exatos dos dois laptops em questão, pois é sempre interessante avaliar pelo conjunto. Contudo, de uma forma mais “direta” e considerando apenas os processadores, a escolha pelo Ryzen acaba sendo o único caminho lógico. Irei elaborar mais e passar por todos os pontos que você mencionou e adicionar alguns outros.
Com relação ao desempenho nas tarefas básicas (como edição de textos, navegação na Internet, ouvir música, etc.), ambos atendem perfeitamente e qualquer comparação é irrelevante. No papel, o Intel tecnicamente leva alguma vantagem, mas na prática você não perceberia qualquer diferença na usabilidade, porque o IPC e o desempenho single core do Ryzen 7 5700U já são absurdamente altos. Então este ponto pode ser desconsiderado.
Com relação à usabilidade para máquinas virtuais e tarefas mais pesadas, o desempenho bruto no multi-core é o que fará a diferença. Ambos são bons processadores, sem dúvidas, mas dependendo da atividade realizada na máquina virtual, o i7 poderá engasgar, enquanto o Ryzen terá muito mais fôlego para continuar funcionando sem prejudicar sua experiência. Em tarefas como renderização de vídeos, edição de imagens complexas e outras, nem há como comparar, pois a diferença a favor do AMD é gritante. É a diferença nesse tipo de uso que faz as pessoas trocarem processadores, e não o uso básico.
Com relação ao desempenho do vídeo integrado para jogos, ambos acabam ficando bem emparelhados. Em alguns jogos, a Vega 8 do Ryzen leva vantagem. Em outros, a Iris Xe 96 UEs do Intel. Portanto, creio que podemos considerar um empate. Com relação ao desempenho do processador para jogos, ambos atendem bem (embora o i7 fique no limite em diversos jogos modernos de mundo aberto). Esses dois processadores estão distantes de serem considerados produtos destinados a jogos, mas você ainda conseguirá se divertir bastante caso queira.
Com relação à reprodução de mídias, a capacidade de usar aceleração de hardware para AV1 é tecnicamente uma vantagem para o Intel. Isso não apenas contribui para o ganho de desempenho, mas também para a redução no uso de bateria e na geração de calor. Contudo, eu colocaria alguns pontos na mesa:
- Embora o padrão AV1 tenha demonstrado maior eficiência quando comparado ao H.265, por exemplo, não podemos afirmar ainda que “é para onde a indústria está se direcionando”, porque há muitos aspectos relevantes, a nível de mercado, que interferem nisso. Por exemplo, preocupações com licenças. A verdade é que, se há uma transição, ela ainda irá demorar um pouco;
- Mesmo que eventualmente a preferência pelo AV1 seja dominante, as empresas de streaming certamente manterão outros codecs disponíveis ao detectar hardware sem suporte ao AV1 (o que será a maioria), pois não desejarão entregar desempenho comprometido a ponto de perder clientes para a concorrência;
- O Ryzen já é capaz de executar vídeos em 4K 60 FPS mesmo sem a aceleração dedicada de hardware (embora isso certamente seja traduzido em maior aquecimento e menor duração da bateria).
Com relação à longevidade, sugiro pegar o atual mercado de processadores para desktops como referência. Pode parecer estranho, uma vez que você está buscando laptops finos e portáteis, mas é interessante por uma razão: o mercado de desktops permite caracterizar o layout típico de produtos em vários segmentos segundo a perspectiva do desempenho.
Nesse contexto, para qualquer quesito analisado, o Core i7 1165G7 está muito distante de alcançar mesmo o processador “Core” mais barato para desktops, o Core i3 12100F (que também é 4/8). O Ryzen 7 5700U não apenas alcança o Core i3 12100F em multi-core como o supera. Não há dúvidas de que será um processador com maior longevidade e flexibilidade para se adaptar a mudanças no seu tipo de uso.