O navegador Brave alcançou mais de 100 milhões de usuários ativos mensais em todo o mundo, segundo dados de 30 de setembro. Além disso, o Brave Search, seu mecanismo de busca com índice próprio, já responde por quase 20 bilhões de buscas anuais, com mais de 50 milhões de consultas por dia — cerca de 15 milhões delas geradas com o apoio de IA.
Este crescimento veio após o anúncio de novas funcionalidades baseadas em IA, o que tem gerado reações mistas entre os usuários. Afinal, quando a proposta central é proteger a privacidade, a adição de IA levanta questionamentos legítimos sobre o equilíbrio entre inovação e proteção de dados.
Outro fator que pode estar influenciando esse crescimento é a queda no número de usuários do Firefox, que passou de 163 milhões no final de 2024 para 154 milhões em setembro de 2025.
A saída de usuários do navegador da Mozilla pode estar impulsionando a base de usuários do Brave, especialmente após o encerramento de alguns serviços populares da Mozilla e sua própria investida em IA, também alvo de críticas.
Além disso, a popularidade do Brave pode estar ligada ao crescimento do uso do Linux, que agora representa mais de 4% dos usuários de desktop — um público tradicionalmente preocupado com privacidade.
No contexto europeu, o navegador também teve um impulso após a implementação da tela de escolha de navegador no iOS 17.4, conforme exigido pela Lei de Mercados Digitais. Com isso, instalações do Brave no iOS cresceram 50% na região.
Apesar dos números positivos da empresa, os dados do StatCounter indicam uma realidade mais modesta no mercado geral. Em setembro de 2025, o Brave ocupava a nona posição no ranking global de navegadores, com 0,79% de participação, uma leve queda em relação aos 0,87% registrados em abril.
Comercialmente, o Brave demonstra avanços sólidos. A VPN conta com quase 100 mil assinantes, e o Brave Ads atraiu grandes marcas como Amazon, Ford e eBay. Na área de buscas, o Brave se destaca como uma das três únicas plataformas independentes, ao lado de Google e Bing.