A Adobe tem sido um ótimo exemplo dos riscos em depender de somente uma empresa para trabalhar, promovendo mudanças drásticas e repentinas de preço e termos. Veja a repercussão e conheça alternativas.
A linha de argumentos para “se libertar” da Adobe pode muito bem ser aplicada à Microsoft.
O avanço da Internet em infraestrutura, velocidade e recursos deu às corporações meios para aumentar o monitoramento e o controle sobre o uso de seus produtos e serviços digitais.
Assim que a tecnologia permitiu, as corporações impuseram o modelo de assinaturas, contando que seu domínio de mercado “amaciasse” resistências entre os usuários.
“Previsibilidade”, pela minha experiência, só se encontra em software livre e de código aberto (FOSS).
Quando tem muitos usuários, a “desistência”, “abandono”, “arquivamento” etc. por parte do(s) desenvolvedor(es) dá lugar a 1 ou vários forks.
Exemplos:
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youtube-dl– Foi rapidamente substituído peloyt-dlp -
screenFetch – O código era uma zorra. – Alguém criou o Neofetch
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Neofetch – Ficou abandonado – e quando o dev arquivou, já havia alternativas, até muito melhores
Ok, são exemplos muito “pequenos”, em comparação com o tamanho da Adobe e dos profissionais e empresas que dependem dela – mas vale observar que casos “pequenos” ocorrem com frequência, enquanto “mega-softwares” acumulam usuários por longo tempo – e quando vem o desastre, é de grandes proporções.
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Ventura Publisher – De repente, foi comprado pela Corel, não para continuar desenvolvendo, e muito menos para manter suas melhores características – mas para “fundir” com seu próprio software, que ninguém queria usar. Na prática, eliminar um concorrente e impor o que ninguém queria usar. E de fato, os profissionais e empresas preferiram adotar o Page Maker, Quark Xpress etc.
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Dreamweaver – Foi uma alternativa mil vezes melhor que o MS Front Page, que gerava páginas 300 vezes mais “pesadas”, entupidas de lixo fora dos padrões W3C, e que geravam a sensação de que o Netscape “não funcionava com todos os sites”. – Quando o Dreamweaver foi comprado pela Adobe… Bom, deixa pra lá.
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dBase – A MS conseguiu boicotar, tentando impor seu MS Access, que não colou.
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DR-DOS – Foi minha primeira experiência com uso intensivo de comandos (CLI), numerosos e cheios de recursos, quando o MS-DOS tinha poucos comandos, todos fraquinhos. – Acho que não tinha uma base tão ampla de usuários, e de qualquer modo o Windows e o Mac já induziam à tendência de fazer tudo por cliques do mouse (moleza que des-empoderou os usuários). – Adotar o Linux, para mim, foi como retomar um caminho que tinha se fechado.
Felizmente, eu podia modificar meu trabalho – trocar “jornal” por “web”, por exemplo; e em seguida CMS – e evitar softwares cada vez mais “poderosos” (e cada vez mais monopolizados), com seus arquivos em “formatos proprietários”.
É muito complicado e muito trabalhoso, por exemplo, tentar reaproveitar arquivos do AutoCAD em algum CAD livre; ou arquivos do CorelDraw no Inkscape; ou arquivos do Photoshop no Gimp.
Exemplo de arquivo DOC:
Exemplo de arquivo PDF:
Felizmente, nunca usei Page Maker – que produzia arquivos ainda mais “proprietários”.
Eu fiz uso dos pacotes Adobe por décadas! Comecei nessa industria vital com Premiere 4.0, aquele com a splash screen do cavalo, juntamente com a versão do Photoshop da época (nem lembro qual era). After Effects fui conhecer bem lá na frente. E fui seguindo a inércia desses programas, pois as empresas por onde passei faziam uso quase que exclusivamente dos mesmos.
Em 2017, como alternativa passei e utilizar Linux em casa em uma partição separada, pra ir exercitando a velha memória múscular das primeiras experiências nos anos 2000. Em 2019 decidi migrar por completo e focar nesse OS pra trabalho freelancer, coisa que se mostrou desafiadora devido a escolha da minha distro e as configurações da máquina, que a época rodava Slackware com uma placa de vídeo AMD.
Fast forward pra 2024, depois de tanto drama com a Adobe, novos bug, velhos bugs, alguns agrados e gigabytes a mais no pacote - além de alguns cabelos brancos a mais - posso dizer que me viro bem usando as alternativas disponíveis pra Linux, que era meu objetivo principal. Troquei pra uma placa GeForce (ainda com Slackware) e, pro tipo de trabalho que eu realizo e realizei durante décadas, o Gimp, Resolve e Fusion me atendem muito bem, apesar do Fusion ter sido bem complicado de me adaptar vindo de um raciocínio baseado em layer como é o do After Effects, mas tá sendo uma josnada gratificante. Ainda demoro mais para atingir o mesmo objetivo usando Fusion do que demoraria se utilizasse o After, mas acredito ser questão de tempo, pois foi assim também quando troquei o Premiere pelo Fusion. Hoje se precisasse, como já precisei, voltar a usar Premiere iria demorar pra relembrar certos caminhos que já domino no Resolve.
Sei que não sou régua para parâmetros, pois em situações de fluxo de trabalho em grupos ou agências e procutoras a coisa é bem diferente. Eu fiz a escolha de encontrar um outro caminho baseado nas minhas necessidades poderem ser atendidas pelos softwares alternativos. Outras pessoas podem não ter essa opção devido ao longo tempo de investimento na plataforma, seja pelo tempo em aprender e se adaptar a uma nova ferramenta, seja pelo material adquirido na forma de templates, aprendizado ou mesmo uma biblioteca de presets já formatados para a plataforma Adobe.
Pra concluir meus 2 centavos, acredito que a Adobe não irá parar por aí. Ela vem, pouco a pouco, fatiando a liberdade do que os usuários podem ou não fazer com o software que pagam pra usar. Lembro que um tempo atrás ela estava “proibindo” seus clientes de utilizarem uma versão anterior de um de seus softwares (ou coisa parecida). É a velha tática e ir cozinhando o sapo aos poucos. Só falta saber até onde as pessoas vão permitir que isso vá.
Eu já faz tempo que não uso Adobe pra nada.
Photoshop:
GIMP e Affinity Photo(alternativa barata, não grátis). Gimp tem algumas coisas do Photoshop, mas falta muita coisa e algumas só tem via plugins, que são bugados pra caramba. Porém, GIMP tem MUITO tutorial, dá pra aprender bastante, além de ler e salvar PSDs.
Já o Affinity, consegui fazer boa parte do que se faz em Photoshop no Photo, só umas poucas coisas que não.
O Resolve eu precisei assistir alguns tutoriais, mas a maior parte da edição eu meio que conhecia por usar Cyberlink PowerDirector, então pra mim não foi muito difícil pra aprender a parte de cortes. Uma coisa que adorei demais nele foi o Fairlight, dá de mil a zero no Audition e no mixer do PowerDirector.
Antes de descobrir o Resolve, eu costumava usar o PD15, que já tava desatualizado na época e também usei outros editores como OpenShot, Shotcut, VideoPad, VSDC e KDEnlive.
Quanto mais a gente liberar, mais a Adobe vai abusar. Autodesk é outra.
Autodesk é outra sem dúvida, mas esse é outro monstro completamente diferente em si.
Gostaria muito que a Affinity tivesse um pacote para Linux. Quem sabe um dia…
Até lá consigo me virar com GIMP e Inkscape. O chato é ter que recorrer à “unholly” alternativas para converter um .ai pra .svg, mas é a vida ![]()
Já usei o Affinity no período que estava usando Mac. Muito legal!
Será que ele roda com o Wine? Tá aí uma coisa que talvez valha a pena testar.
No forum da Affinity, tem alguns explicando como tentar rodar o Photo, Designer e Publisher no Linux, mas é bem complexo. O cara fez usando Lutris(teve um outro cara que rodou Daz Studio com Lutris).
O @Adriel_Filipe compartilhou esse tutorial mostrando como ela usa o Bottles para instalar programas da Affinity no Linux.
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Tentei com o Wine, mas não rolou.
Testa-lo-ei! ![]()
LLP ![]()
Tenta o Lutris.
Gosto do Affinity, mas não é um software essencial pra mim, consigo resolver tudo que preciso com o Gimp. Não sei se vale a pena tanta mão de obra e acabar ainda ficando com o software meio capenga. Mas vamos ver, qualquer dia eu testo. ![]()
Tem coisa que faço fácil no Affinity(ainda mais pelos efeitos em tempo real) que tenho que ficar toda hora de olho no menu de ações no Gimp. Tipo, efeitos de camada no Gimp são permanentes, enquanto que no Affinity são removíveis.
Gimp e Krita se complementam:
Efeitos de camada no Gimp são um lixo, no Krita uma beleza.
Krita não é bom pra manipulação, Gimp é.
Nós ultimos meses outro usuário fez um script automatico para fazer a instalação da v2 da suite Affinity, ainda não tive a oportunidade de testar pessoalmente (estou passando uma temporada no macOS), mas outras pessoas próximas testaram e funcionou bem melhor do que a minha experiência no usando bottles.
link para o video

