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7 Coisas que Ninguém Te Conta Sobre Dual Boot de Linux e Windows
Você está considerando fazer um dual boot com Linux e Windows? Quer jogar pelo seguro e evitar possíveis armadilhas antes de mergulhar de cabeça? Depois de uma década quebrando e consertando minhas configurações de multi-boot, compilei sete verdades cruciais que ninguém te conta sobre dual boot. Embora o dual boot não seja a coisa mais tecnicamente desafiadora, ele pode apresentar alguns problemas ao longo do caminho se você não souber o que está fazendo. Felizmente, você tem a mim, e eu venho usando um sistema multi-boot há uma década agora. Não se contente com apenas um sistema operacional. Eu já quebrei minha configuração tentando fazer mudanças, e já vi ela desmoronar quando eu só queria assistir YouTube. Então, falando por experiência, aqui estão sete coisas que eu gostaria de ter sabido antes de criar um sistema de dual boot — que ninguém me avisou!
1. A Ordem de Instalação Importa
Ao montar um PC com dual boot, a ordem em que você instala os dois sistemas operacionais é crucial. Instale o Windows primeiro e, em seguida, o Linux. Isso ocorre porque o Windows sobrescreve o gerenciador de boot (geralmente o GRUB no Linux) se instalado depois, ignorando completamente o Linux e tornando mais difícil recuperar o acesso ao seu sistema Linux sem esforço extra. Se você instalar o Linux primeiro e depois o Windows, terá que reinstalar ou reparar o GRUB manualmente para restaurar a opção de escolher entre os sistemas na inicialização. Planeje com antecedência e comece com o Windows para evitar dores de cabeça.
2. Você Não Pode Acessar Facilmente os Arquivos do Linux a Partir do Windows
O Windows não suporta nativamente Ext4, XFS e Btrfs, os sistemas de arquivos mais comuns do Linux. Assim, se seu fluxo de trabalho exige que você acesse arquivos armazenados na partição Linux a partir do Windows, precisará instalar ferramentas de terceiros. Há uma solução melhor — que é o que eu faço — criar uma partição de dados compartilhada e formatá-la em NTFS ou exFAT, para que ambos os sistemas operacionais possam acessá-la. Se eu quero que um arquivo esteja disponível para ambos os sistemas, eu o mantenho nessa partição e pronto. Acesse seus arquivos Linux a partir do Windows, e vice-versa.
3. O Relógio do Sistema Pode Ficar Bagunçado
Isso me pegou desprevenido quando comecei a fazer dual boot. Toda vez que eu trocava entre Linux e Windows, o relógio do sistema estava errado em um dos sistemas operacionais — geralmente por várias horas. Isso acontece porque o Windows trata o relógio de hardware como horário local, enquanto o Linux o considera UTC (Tempo Universal Coordenado) por padrão. Você pode corrigir isso ajustando o Linux para usar o horário local ou fazendo o Windows usar UTC, mas é um detalhe irritante que ninguém menciona até você perceber que seus horários estão desalinhados.
4. O Secure Boot Pode Complicar as Coisas
O Secure Boot, um recurso de segurança UEFI, pode bloquear o carregamento de gerenciadores de boot do Linux que não sejam assinados por uma chave reconhecida pela Microsoft. Infelizmente, a maioria das distribuições Linux, especialmente as comunitárias, não possui a infraestrutura para ter gerenciadores de boot assinados. Por isso, elas são bloqueadas pelo Secure Boot. Você tem duas opções: manter o Secure Boot ativado e usar apenas distribuições suportadas por grandes empresas, como Ubuntu ou Fedora, que possuem gerenciadores assinados, ou desativar o Secure Boot e usar qualquer distribuição que desejar, mas deixando o Windows vulnerável a ameaças no nível de inicialização. A escolha é sua, mas se optar por desativar o Secure Boot, eu aconselho manter seus dados sensíveis no lado Linux da configuração. O Linux é menos visado por malware. Assim, mesmo com o Secure Boot desativado, seus arquivos mais importantes permanecem, em teoria, mais protegidos. O Linux tem seus benefícios de segurança, mas você ainda pode tomar algumas medidas para torná-lo ainda mais seguro.
5. Você Provavelmente Vai Usar Um Sistema Mais do Que o Outro
Configurei sistemas de dual boot para muitos amigos, e o padrão é quase universal — eles acabam vivendo em um sistema operacional cerca de 90% do tempo, fazendo o dual boot parecer questionavelmente válido dado o espaço em disco e a complexidade que ele adiciona. A melhor solução que tenho para esse problema é dedicar cada sistema operacional a uma tarefa específica. Por exemplo, eu uso o Linux como meu sistema pessoal. É onde tenho todos os meus projetos e arquivos pessoais. Acessos minha conta bancária pelo Linux, faço minha declaração de impostos e também acesso minhas redes sociais. Dessa forma, o Windows vira meu sistema de trabalho por padrão. Ele tem todo o software necessário para o trabalho. Quando faço chamadas de vídeo, meus colegas não ficam confusos com designs de desktop excêntricos. Além disso, mantenho uma barreira digital entre meus casos de uso pessoal e profissional. Essa abordagem baseada em tarefas dá a cada sistema operacional um papel claro. Dito isso, se você ainda assim usar apenas um sistema 90% do tempo, a virtualização pode ser uma alternativa melhor.
6. Atualizações do Windows Podem Quebrar o GRUB
O Windows tem um hábito desagradável de sobrescrever o GRUB durante grandes atualizações, como atualizações de recursos ou reinstalações. Quando isso acontece, você inicializa diretamente no Windows sem a opção de escolher o Linux — até que você reinstale ou repare o GRUB a partir de um live USB do Linux. Isso não acontece toda vez, mas é comum o suficiente para ser um risco real. Faça backup do seu gerenciador de boot ou mantenha um USB de reparo à mão para esses momentos.
7. É Mais Fácil Dizer do Que Fazer
A ideia por trás do dual boot é usar ambos os sistemas operacionais igualmente e maximizar a produtividade. Mas, na prática, gerenciar dois sistemas em uma máquina pode ser complicado. Você terá que lidar com particionamento de disco, resolver conflitos de inicialização e, às vezes, vasculhar fóruns para corrigir problemas inesperados. Não é impossível, mas exige mais esforço do que apenas instalar um único sistema operacional e seguir em frente. Se você não está pronto para um pouco de manutenção, o dual boot pode não ser para você.
O dual boot pode ser uma configuração poderosa para aqueles que realmente precisam de ambos os sistemas operacionais, mas vem com complexidades e compromissos que não são imediatamente óbvios. Espero que meus anos de experiência como um usuário de dual boot Windows-Linux tenham te dado alguma compreensão dos possíveis problemas que você pode esperar, para que você saiba como evitá-los e esteja preparado desde o início.
Por Dibakar Ghosh