Os jogos de PC estão cada vez mais acessíveis no pinguim. Dados recentes mostram que nove em cada dez títulos feitos originalmente para Windows já podem ser executados sem grandes problemas em distribuições baseadas no Linux.
Essas informações vêm de levantamentos feitos pela comunidade, especialmente através do ProtonDB, um site colaborativo onde usuários registram suas experiências com jogos rodando via Proton, tecnologia desenvolvida pela Valve.
O Proton é uma camada de compatibilidade baseada no Wine, capaz de traduzir as APIs nativas do Windows, como o DirectX, para o ambiente Linux. Na prática, ele faz com que muitos jogos funcionem como se estivessem sendo executados no próprio Windows.
O ProtonDB classifica os jogos conforme o desempenho no Linux. “Platinum” funcionam perfeitamente após a instalação. “Gold” exigem pequenas modificações e oferecem uma experiência quase idêntica à do Windows. Em “Silver” o jogo é jogável e pode apresentar falhas leves, e no “Bronze” fica entre o jogável e o problemático. Os “Borked” simplesmente não rodam.
De acordo com as estatísticas reunidas, os jogos realmente incompatíveis representam cerca de 10% do catálogo de títulos do Windows. Os demais podem ser jogados com desempenho e estabilidade comparáveis ao SO da Microsoft.
Os jogos Platinum ou Gold tem crescido continuamente, o que mostra que a experiência de usuário está cada vez mais próxima da perfeição. Mas existem exceções notáveis, como alguns títulos que dificultam o suporte ao Linux intencionalmente, ou anticheat incompatíveis com plataformas de código aberto.
Grande parte desse sucesso se deve à Valve, que trabalha para tornar o Linux uma plataforma de primeira linha para jogos. Com o sucesso do Steam Deck, ela investe no aprimoramento do Proton e em parcerias com estúdios de jogos para garantir compatibilidade desde o lançamento dos títulos.
Essa colaboração próxima tem acelerado a chegada de correções e melhorias para o público que escolhe o sistema livre como plataforma principal de jogos. Com o fim do suporte ao Windows 10, muitos jogadores podem pensar numa migração para o pinguim.
O sistema, que antes era visto como uma opção complicada para gamers, agora oferece desempenho, estabilidade e liberdade sem depender de licenças pagas. Se a curva de compatibilidade continuar nesse ritmo, 2026 pode marcar o ponto em que o Linux passará a ser uma escolha natural para jogar.