O Vanilla OS foi uma grata novidade de 2022, com sua experiência GNOME puro e a premissa de ser imutável e compatível nativamente com o máximo de repositórios possível, mantendo-os isolados em containers. Entretanto, o projeto é novo e ainda está se encontrando, sendo assim, é natural que hajam grandes mudanças de direção.
A equipe do Vanilla OS publicou em seu site que estão trabalhando no Vanilla OS 2 e ele não deverá mais ter a base Ubuntu, pois o sistema da Canonical acaba dando mais trabalho do que deveria ser necessário para que o Vanilla OS ofereça uma experiência GNOME pura, afinal, os desenvolvedores precisam desfazer todas as modificações do Ubuntu, nada mais contraprodutivo do que precisar desfazer o trabalho de alguém para conseguir realizar o seu próprio.
Além disso, o ciclo de lançamentos do Ubuntu é bem definido e acaba sendo um fator limitante para novas edições do Vanilla OS, que fica preso à agenda da Canonical, algo que para a equipe do Vanilla, parece ser um problema.
Qual será o rumo do Vanilla OS 2?
Como substituto do Ubuntu, foi escolhido o Debian Sid, principalmente por oferecer uma experiência GNOME mais pura, reduzindo a necessidade de reverter modificações. Além disso, como os Snaps não estavam se dando bem com o sistema de containers do Vanilla, agora eles podem deixar os esforços para conseguir dar suporte ao formato e focar em outras coisas que eles consideram mais importantes.
Outras razões para a adoção do Debian Sid são a familiaridade dos desenvolvedores com o formato de pacotes .deb e a flexibilidade de lançamento, uma vez que a nova base segue um modelo rolling release, mas você pode estar se perguntando, como eles conseguirão fazer um sistema point release estável com base rolling release?
Para conseguir produzir lançamentos estáveis, a equipe do Vanilla OS deixará o sistema ainda mais “vanilla”, entregando apenas os pacotes necessários junto com o sistema, para que consigam testá-los corretamente antes de cada lançamento. Além disso, em nome da estabilidade, os desenvolvedores já recomendam que os usuários utilizem tecnologias alternativas de isolamento para o Vanilla OS 2, como apx, Distrobox, Nix e Flatpak.
Avanços na base imutável
A base imutável do sistema utiliza a tecnologia ABRoot, mas na segunda versão Vanilla OS, será adicionado o suporte ao OCI, trazendo maior controle e tempo de teste entre as atualizações, além disso, a extração das atualizações não utilizará mais o gerenciador de pacotes e garantirá uma cópia exata do sistema, além de realizar as mudanças impostas pelo usuário com mais precisão, garantindo ainda mais estabilidade e confiabilidade ao sistema operacional.
Gnome e Kernel
A intenção é que o Vanilla OS 2 venha com o GNOME 44, mas isso depende de os desenvolvedores da interface não atrasarem no lançamento e os do Debian adicionarem o suporte rapidamente. Entretanto, o pessoal do Vanilla está disposto a ajudar o do Debian para fazer o trabalho mais rápido. Ademais, o novo vanilla virá com o Kernel 6+, para garantir a compatibilidade com os componentes mais recentes.
Um novo codinome
Algo que não pode faltar para a maioria das versões de distros Linux point release, é um codinome e para o Vanilla OS 2, não é diferente. Considerando que a baunilha (vanilla) é uma pequena vagem usada como aromatizante, obtida de orquídeas do gênero Vanilla e que a principal mudança da nova edição do sistema operacional é a sua base, adivinhe qual é o apelido dado ao Vanilla OS 2!
Se você pensou em “orquídea”, acertou, mas é claro que eles optaram pelo nome em inglês da delicada família de plantas, ou seja, Orchid. Os trabalhos em cima do Vanilla OS 2 Orchid começaram em 25 de fevereiro de 2023, mas não há data de lançamento prevista, entretanto, imagino que devemos ter alguma notícia após o lançamento do GNOME 44.
Veja nossa review da primeira edição do Vanilla OS!