Existem dois modos para se iniciar o boot de um computador: o LEGACY e o UEFI, ambos firmwares presentes em um chip específico da placa-mãe, em todos os computadores.
O modo Legacy
Ele é baseado no BIOS (Basic Input/Output System), programa que “acorda” o hardware, realizando uma série de testes e configurações antes de iniciar o sistema operacional.
Sua interface é geralmente mais simples e menos intuitiva:
Ele verifica e configura todos os componentes do computador, como processador, memória RAM, discos rígidos, placas de vídeo e outros dispositivos. A seguir, localiza o sistema operacional e o carrega para a memória, permitindo que o computador inicie.
A BIOS permite que você configure algumas opções do seu computador, como a hora, a data, a ordem de inicialização dos dispositivos e outras configurações mais avançadas.
Seu desenvolvimento está ligado ao dos primeiros computadores pessoais, pela necessidade de um programa que localizasse o hardware e carregasse o sistema operacional de forma automatizada.
Ao iniciar seu trabalho, a BIOS verifica os dispositivos de armazenamento, identifica a partição MBR e executa o código de bootstrap para localizar a partição do sistema operacional e carregar o bootloader.
Apesar de ser fundamental para o funcionamento de um computador, possui algumas limitações e desvantagens, como:
- interface limitada
- pouco espaço para armazenamento
- lentidão para iniciar o sistema
- mais vulnerável a ataques
- menos funcionalidades
- não reconhece dispositivos modernos de alta capacidade
Com o tempo, a BIOS deu lugar ao UEFI (Unified Extensible Firmware Interface), uma interface mais moderna e com mais recursos.
O modo UEFI
O UEFI (Unified Extensible Firmware Interface) é uma interface de firmware moderna que substitui a BIOS tradicional, proporcionando inicialização mais rápida.
Opera em modo de 32 ou 64 bits, utilizando uma interface gráfica de usuário (GUI).
Oferece também recursos de segurança como “Secure Boot”, prevenindo a inicialização de software não autorizado.
A Intel desenvolveu o EFI (Extensible Firmware Interface) nos anos 1990, transferindo-o 15 anos depois para o Unified EFI Forum, composto por AMD, Microsoft e Apple, que promoveram a adoção e o desenvolvimento contínuo da especificação UEFI.
As principais vantagens do UEFI em relação ao BIOS incluem:
-
inicialização mais rápida - com : um processo de inicialização otimizador que reduz o tempo necessário para iniciar o sistema operacional.
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suporte a discos maiores - pode gerenciar discos rígidos com mais de 2 TB.
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mais partições primárias - permite mais de quatro partições primárias através da Tabela de Partições GUID (GPT).
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segurança aprimorada - : com a funcionalidade “Secure Boot”, impede a inicialização de software não autorizado, aumentando a segurança do sistema).
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interface gráfica - interface gráfica de usuário (GUI) mais amigável, facilitando a navegação e configuração.
E o “secure boot”?
É uma funcionalidade do UEFI que somente permite a execução de “software confiável”, durante o processo de inicialização.
Ele utiliza um esquema de assinatura digital para verificar a assinatura de cada aplicativo antes da execução. Qualquer código não assinado ou não confiável é bloqueado, protegendo o sistema contra malwares e outras ameaças durante a inicialização.
Diferenças entre EFI e UEFI?
A principal diferença entre EFI (Extensible Firmware Interface) e UEFI (Unified Extensible Firmware Interface) reside na evolução e padronização.
O EFI foi desenvolvido, pela Intel, como uma interface de firmware avançada para substituir a BIOS tradicional. Em 2005, foi formalmente padronizado e renomeado para UEFI pelo Unified EFI Forum.
Enquanto o EFI é a versão original, o UEFI é o desenvolvimento com melhorias significativas, como suporte a discos superiores a 2 TB, inicialização mais rápida e recursos de “Secure Boot”.
E botaram a boca no trombone
A comunidade Linux criticou o UEFI por preocupações relacionadas ao controle do usuário e à segurança, argumentando que o UEFI limitaria a capacidade do usuário de controlar seu próprio hardware, criando uma “BIOS DRM” que impediria modificações no sistema.
Além disso, a implementação do “Secure Boot” foi vista como uma barreira para a instalação de sistemas operacionais alternativos, dificultando a compatibilidade com distribuições Linux.
A natureza fechada e opaca do UEFI também levantou preocupações sobre vulnerabilidades e a dificuldade de atualizações seguras.
Fontes: links no texto