GNU Linux-libre é uma variante do kernel Linux “padrão”, destaca-se por sua dedicação à liberdade do software. Foi criado a partir de versões modificadas do kernel Linux, ele remove todos os componentes proprietários, como blobs binários, firmware e drivers que não possuem seu código-fonte disponível.
O GNU Linux-libre foi originalmente publicado pela Fundação Software Livre América Latina (FSFLA) e recebeu o apoio da Free Software Foundation (FSF). A FSFLA é uma grande defensora do software livre na América Latina, com importante papel na criação e manutenção desse projeto.
Embora seja difícil apontar uma data exata para o surgimento do GNU Linux-libre em sua forma atual, o projeto tem evoluído ao longo dos anos, com novas versões sendo lançadas regularmente.
O objetivo principal do GNU Linux-libre é fornecer um núcleo de sistema operacional que seja 100% livre. Isso significa que todo o código-fonte do kernel está disponível para que qualquer pessoa possa inspecioná-lo, modificá-lo e distribuí-lo livremente.
Ao ter acesso ao código-fonte, os usuários podem verificar se não há portas traseiras, vulnerabilidades ou outros problemas de segurança. Desenvolvedores podem adaptar o kernel às suas necessidades específicas sem depender de código fechado.
Ah… os blobs!
Os blobs binários são pedaços de código em formato binário (não legível por humanos) que são incluídos no kernel Linux. Esses fragmentos de código geralmente são proprietários, ou seja, seu código fonte não está disponível para a comunidade.
A presença desses blobs gera bastante discussão no mundo do software livre, pois contraria um dos princípios fundamentais: a liberdade de acesso e modificação do código.
Os blobs binários desempenham diversas funções, mas a principal é habilitar o suporte a hardwares específicos. Muitas vezes, os fabricantes de hardware não liberam o código fonte dos drivers necessários para que o sistema operacional interaja com seus dispositivos.
Para contornar essa situação, os desenvolvedores do kernel Linux incluem esses blobs binários, permitindo que o sistema reconheça e utilize esses hardwares.
Os blobs binários são geralmente incorporados ao kernel como dados binários. Quando o kernel é compilado, esses dados são incluídos no arquivo final, permitindo que o sistema operacional carregue e execute o código proprietário durante o boot.
Ao incluir código proprietário, o kernel deixa de ser livre, pois os usuários não têm acesso ao código fonte para modificá-lo ou auditá-lo. O código fechado pode conter vulnerabilidades que são desconhecidas dos desenvolvedores, aumentando o risco de ataques.
A inclusão de blobs binários cria uma dependência dos fabricantes de hardware, que podem interromper o suporte a esses componentes a qualquer momento.
O GNU Linux-libre e a Questão dos Blobs Binários
O projeto GNU Linux-libre tem como objetivo criar um kernel Linux completamente livre, removendo todos os blobs binários e outros componentes proprietários.
Ao incluir código proprietário, o kernel perde sua natureza livre, já que os usuários não têm acesso ao código-fonte para modificá-lo ou auditá-lo. Ao utilizar o GNU Linux-libre, os usuários podem ter a certeza de que estão utilizando um sistema operacional totalmente livre e audível.
A inclusão de blobs binários cria uma dependência dos fabricantes de hardware, que podem interromper o suporte a esses componentes a qualquer momento.
Mas nem tudo são flores
A ausência de blobs binários significa que muitos drivers de hardware não estão disponíveis para o GNU Linux-libre. Isso pode limitar a compatibilidade com diversos dispositivos, especialmente aqueles mais recentes ou com funcionalidades mais avançadas.
Algumas funcionalidades específicas de determinados hardwares podem não funcionar ou ter desempenho reduzido, pois dependem de código proprietário presente nos blobs binários.
A comunidade de desenvolvedores do GNU Linux-libre é menor em comparação com a comunidade do kernel Linux padrão. Assim, menos aplicativos e softwares podem estar disponíveis para o GNU Linux-libre, comparado a distribuições que utilizam o kernel Linux padrão.
Problemas e bugs podem levar mais tempo para serem identificados e corrigidos, devido à menor base de usuários e desenvolvedores. O suporte técnico pode ser mais limitado, comparando com outras distribuições, o que dificulta a resolução de problemas.
Configurar e utilizar o GNU Linux-libre pode exigir um conhecimento técnico mais aprofundado, especialmente para usuários que não estão familiarizados com a compilação de kernels e a resolução de problemas de compatibilidade de hardware.
Pessoas que priorizam a liberdade e a transparência do software e desejam total controle sobre o sistema operacional que utilizam e que buscam um ambiente livre de código proprietário.
Quando não escolher o GNU Linux-libre?
Usuários que priorizam a conveniência e não desejam lidar com possíveis problemas de compatibilidade, como os que precisam de um grande número de aplicativos e softwares pré-instalados também não são candidatos a este tipo de kernel.
Você pode encontrar versões prontas do kernel GNU Linux-libre para instalar em sistemas operacionais como Debian e Red Hat, que já estão preparados para uso e podem ser baixados nos sites do projeto Freesh e RPM Freedom. Além disso, pode ser instalado em quase todos os sistemas Linux, seja junto com o kernel original ou no lugar dele.
Fontes: links no texto