Quando o vendedor não ajuda quem quer usar Linux

Acabei de tentar ajudar uma pessoa que pediu ajuda no grupo de Telegram do @vanderlei_ventura2, o DropsTechbr. Ela havia acabado de comprar um PC novo, de loja, e disse que não sabia como instalar nada. Aí a primeira coisa é tentar descobrir qual distro ela estava usando, para ver se tem loja, como instalar uma etc. De cara, ao ver a foto, já notei que não era alguma das conhecidas - não era Mint, Zorin, Ubuntu etc. Era algum sistema baseado em Debian (fácil descobrir quando o terminal te fala que teu usuário não faz parte do grupo sudoers). E ela nem tinha ideia de que tinha senha e qual era - quem instalou colocou o login do sistema no automático. Pensei em ela instalar o inxi para ver qual distro era, mas sem saber a senha, como faz?

Segundo problema: algum erro de DNS, nada de abrir sites .com, só .com.br ou da base Google, como Youtube. Nada nem no Chrome (que veio instalado) nem no Firefox. Como eu nunca tive problemas assim, nem ideia de como proceder…

Cheguei a sugerir que ela baixasse o Mint XFCE mesmo, o Etcher, que depois eu a ensinaria a instalar, atualizar e manter o sistema. Mas bateu medo nela. Para ela, a solução é instalar um Windows - pirata, óbvio. Afinal de contas, pagar por uma licença avulsa é caro demais.

Qual é a moral dessa história? Nem vou insinuar que a poderosa MS alicia até pequenos vendedores a zoar a instalação de máquinas com distros e, assim, vender licenças OEM ou avulsas. Eles não precisam disso. Mas custava colocar uma distro simples que permitisse criar usuário e senha no primeiro login? Informar que o sistema precisa de senha para praticamente TUDO e que a senha era “senhamuitosimples” ou qq coisa assim? A gente tenta ajudar as pessoas a terem uma experiência mais agradável usando computadores, a não colocar seus equipamentos em risco (sim, eu uso Win jéqui isparrou, mas com muito cuidado de anos de experiência e dados perdidos), mas aí vem um treco desses e desanima qq um, não?

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O Vanderlei pôs um vídeo em seu canal no YouTube, o Drops Tech, em que mostrava um notebook comprado com Linux. Computador de marca, produzido por empresa grande e de nome consolidado no mercado. Tinha vindo com Satux Linux, descontinuado há muito tempo… O vídeo é do ano passado, quase na virada para 2021 — ou seja, hoje em dia ainda estão vendendo computador com sistema Linux ultrapassado.

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Meu primeiro PC, um CCE; veio com o Satux; lhe digo que era bonito, cara de XP; mas ruim que só… nem os repositórios estavam corretos, e eu sem dinheiro aproveitei o curso que estava fazendo de informática básica e levei meu PC para lá, já que nem internet funcionava, de tão ruim que era fui aprender o que era Linux, e depois instalei algumas distros lá mesmo na escola; o meu professor me mandou uns CD’s que ele tinha do Insigne Linux, porque as máquinas lá eram STI; outro sistema pavoroso, que tinha chave de ativação e tudo mais… saudades deste tempo; na época por conta própria achei o Ubuntu, e fiquei nele por bons anos, até começar a saga de SDA e hoje ter parado o facho no KDE Neon.

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O pessoal interessado em Linux que é do tipo “fuçador” termina trocando esses sistemas ruins por Ubuntu, Fedora, Manjaro etc. Seu caso, né? Fez do limonada do limão Satux.

Mas o pessoal leigo em informática sofre, e termina com uma impressão péssima do Linux. Vai desesperadamente atrás do Windows. Hoje, termina comprando chave de ativação por menos de 100 reais, na maioria das vezes achando erradamente que fez uma transação legalizada.

Só que usuário doméstico ou comercial de pequeno porte não cai na malha da fiscalização. A pirataria continua correndo solta.

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Posso dizer que fui usuário Linux desde meu primeiro PC e se a primeira experiência fosse levada em consideração eu nunca teria usado mais na vida, entretanto pagar para colocar um Windows eu não iria, aproveitei que o curso de informática era flexível e muito ruim, para instigar o professor a ensinar a instalar o sistema; no final das contas, ele me ajudou com a bios, o resto eu fui sendo autodidata.

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O Problema é que mesmo os profissionais não tem preparo adequado, tenho um amigo que mora em outro estado que paga mensalmente um serviço de Assistência técnica de um “site bem conhecido”, desses que prometem resolver seu problema com Tablets, Smartphone PC etc…

A um ano ajudei ele a instalar o linux Mint XFCE no notebook de trabalho, e funcionou perfeitamente, mais na semana passada deu um problema com um repositório da atualização , devido ao update de versão do mint, algo bem simples de resolver (5 minutos), mais eu estava trabalhando em um reunião e naquele momento não pude ajudá-lo, e ele ligou para o serviço que ele paga, ficou 45 minutos falando com um monte de “TECNICOS ESPECIALIZADOS” que nao tinham a menor idéia de como fazer nada, e no final a solução foi “INSTALAR O WINDOWS”, se ele não tivesse gravado a conversa, não tinha acreditado, como um serviço pago que promete resolver todos os seus problemas com o PC não tem alguém para prestar uma assistência super básica em linux ?

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Parece mentira, não estava em casa quando os técnicos da internet chegaram aqui em casa; deixei o computador ligado, sem bloqueio de tela para que resolvessem; eles não achavam o browser no Ubuntu kkkk; por sorte eu cheguei e ajudei… na época ainda era Unity e eu usava a barra com aquele recurso de ocultar automaticamente. Era só mover o mouse que aparecia kk. Outra vez foi já com o Manjaro KDE onde o rapaz na loja de informática queria forçar uma instalação de Windows para me dá garantia do conserto da máquina, eu eu disse que não; se o sistema deu B.O; baixe uma ISO nova, ainda dei opção de usarem outra distro, instalassem e fizesse lá as 24/48h de teste. Resumo, passou 1 semana lá, enrolando, me devolveram com o mesmo sistema que estava, Manjaro KDE.

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Acontece muito isso na minha empresa, vira e mexe vem algum fornecedor, e as vezes eles pedem para usar uma máquina para baixar alguma tabela de produtos ou algo grande demais para usar no smartfone, ele senta na frente de uma máquina e fica ali olhando para tela tentando entender que Raios de Windows é aquele, e o pior que as vezes, leva uns 10 minutos para pedir ajuda.

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Caso volte a precisar, tente esses comandos:

$ lsb_release -a

$ hostnamectl

Pela minha experiência, lsb_release só não veio no Arch (culpa do usuário que “construiu” a instalação aqui), no Sabayon (idem) e no Slackware (by AlienBOB). ─ Mas parece “quase-padrão” em distros debian-based, que é o mais provável em hardware comercial para tomar o dinheiro do comprador.

O neofetch e o screenfetch também podem ser úteis nessa hora, mas é difícil prever se um “Linux nas coxas”, instalado só para vender hardware barato, incluiria um desses dois.

As senhas até podem ser alteradas, mas é complicado quando temos de passar instruções para alguém que não entende nada de nada.

2021-07-29_08-35-30_A_Conky-CROP

Edit - Não sou bash-maníaco… Recorri ao Conky, onde vim acumulando o resultado das pesquisas ao longo de alguns anos:

${execi 600 lsb_release -ds} \
(${execi 600 lsb_release -cs})
### Slackware ### ${execi 600 cat /etc/slackware-version}
### Arch      ### ${execi 600 hostnamectl | grep Operating | cut -c 21-30}
### Sabayon   ### ${execi 600 lsb_release -ds}
Kernel ${sysname} ${kernel}

${execi 600 neofetch  --de_version on --stdout | grep "DE:"}
${execi 600 kf5-config --version | grep 'Qt\|KDE'}
${execi 600 konsole -v}        ${execi 600 kate -v}
${execi 600 dolphin -v}        ${execi 600 gwenview -v}

${execi 600 neofetch  --de_version on --stdout | grep "CPU\|GPU"}

Edit 2 - Quando estava pesquisando, guardei 2 bookmarks (abaixo), que também sugerem:

$ cat /etc/*-release

$ cat /proc/version

afora outros comandos que exigem senha:

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Sim, custa ter alguém pra instalar uma distribuição no computador deles. Mais ainda: o faturamento diminui (menor preço de venda) e muda a “linha de produção” daquele computador.

Enquanto a massa continuar 95% usando o Windows, será esse mesmo pepino. Se fosse o contrário, 95% usando GNU/Linux, seria o mesmo pepino quando alguém pedisse o windows instalado.

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Bicho, veio com uma distro, mas a “errada”. Por exemplo, o MInt tem uma opção para instalação OEM, no primeiro boot o novo dono cria conta e senha… mais fácil para o fabricante ou vendedor e para o usuário
https://linuxmint-installation-guide.readthedocs.io/pt_BR/latest/oem.html

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Na verdade o Satux Linux que tem vindo nos computadores atuais é apenas um Debian 10. Nunca vi o sistema funcionando, mas por fóruns que participo eu vi um usuário tirando algumas dúvidas básicas, mas aparentemente ele conseguia instalar programas normalmente e usar o computador como se usa com qualquer Debian 10.

A princípio, quando tal usuário revelou que o computador rodava o Satux, comentei que era uma distribuição antiga e descontinuada. Mas ele mostrou uma captura de tela do terminal, nessa captura mostrava que o sistema operacional era o Debian 10, aí então simplesmente orientando sobre como funciona um Debian 10 ele conseguiu tirar as dúvidas e fazer o que necessitava.

Em muitos casos, o usuário não lê o manual do produto que comprou, lá pode estar a senha, ou em alguns casos a senha foi definida no primeiro boot pelo próprio usuário e ele estava distraído e não lembra nem que definiu tal senha.

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No caso que expus, nem era isso. Hoje a moça que comprou o PC entrou em contato com o vendedor e conseguiu a senha - ou seja, era para ter vindo desde o primeiro momento, mas é aquilo: todo mundo “sabe” que ia rolar pirataria. Então, senha pra quê? Triste isso…

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Eu usava KDE, e o layout no mesmo estilo do Windows (até o menu estava escrito INICIAR). Um técnico veio configurar a internet e precisava usar o navegador, ele sentou na frente do computador e não sabia o que fazer. Ora, o ícone do Firefox é igual tanto no Linux quanto no Windows e estava na área de trabalho. Não entendi qual era a dificuldade dele? Porque a barra de tarefas não era azul?

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Existem versões para OEM, o próprio Ubuntu vem com opção OEM na ISO. Quando usada a opção OEM, a instalação do sistema não define usuários e senhas, apenas instala o sistema, e quando ocorrer o primeiro boot será exibido um assistente que irá definir o nome de usuário e a senha.

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No mercado brasileiro há máquinas que estão sendo vendidas com o Endless OS.
Esta distribuição exibe um assistente para definir usuários e senhas no primeiro boot.
Além disso, a distribuição faz uso do OS-Tree, o que torna o sistema praticamente inquebrável.
No entanto, apesar das vantagens do OS-Tree (é quase impossível o usuário destruir o sistema), a desvantagem é a menor quantidade de softwares pois depende do Flatpak.
Outra coisa que é importante falar sobre o Endless OS é que ele usa um Gnome Shell modificado e que funciona de forma similar a interfaces usadas em smartphones, ou seja, alguém que só usou smartphone na vida estará pronto para usar o Endless OS. Cada aplicativo é exibido em uma área de trabalho virtual separada (assim como no MacOS X).
A empresa por trás do Endless OS também se preocupa em disponibilizar aplicativos que funcionam desconectados, pois um dos focos da empresa é levar conteúdo para áreas em que não há internet ou que esta não apresenta bom desempenho. Há até mesmo uma enciclopédia para uso offline e muitos outros conteúdos.
Quando testei o Endless OS fiquei surpreso com a presença do aplicativo da Exame (provavelmente é alguma parceria).

Sempre que alguém comenta que os serviços de streaming como Netflix e Prime Video limitam a qualidade dos vídeos quando o sistema operacional é o Linux, eu lembro que isso ocorre porque a fragmentação das distribuições impede a homologação para correr esses serviços sem riscos à pirataria de conteúdo, e por fim afirmo que acredito que o EndlessOS é capaz de ser a primeira distribuição Linux a receber homologação oficial da Netflix e Prime Video, considerando que na distribuição não há acesso root e há garantia de consistência do sistema operacional.

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O problema dessas distros 'descuidadas" é que elas “queimam o filme” do Linux para o usuário que está tendo o primeiro contato com Linux e isso pode ser irreparável ao ponto dessa pessoa criar uma opinião precipitada e jamais considerar novamente a possibilidade de testar um Linux novamente.

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Endless OS curiosamente está vindo em alguns modelos da linha gamer Acer Nitro.
Lembro também quando FreeDOS vinha em modelos corporativos da HP (década passada).
2.A.M. também envia FreeDOS em alguns de seus notebooks até hoje. A extinta Powernote era outra que tinha notebooks gamers com FreeDOS.
A Avell por seu lado pode mandar o notebook sem sistema operacional ou com alguma distribuição pré-instalada, desde que acordado previamente com o setor de montagem e manutenção.
Sempre achei estranha a opção por FreeDOS, creio que era para não mandar o computador para o cliente sem “alma”:

Neste caso específico, nem estou enquadrando o FreeDOS ou Endless na mesma categoria dos citados anteriormente pela sua falta de qualidade, haja vista que ambos são bem competentes dentro de suas propostas, mas, me parece que a instalação OEM dos mesmos nas referidas máquinas é despropositada.

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Já conheci várias pessoas que quando falei em Linux lembraram dos sistemas horríveis que vieram pré-instalados nos notebooks deles ou do famigerado “Linux Educacional”, e me perguntaram pq faria questão de usar “essa porcaria”. E pra explicar pra eles que não era bem assim…

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Menos mal. Não deixa de significar desleixo da parte dos fabricantes. A gente pesquisa pelo Satux na Internet e só topa com coisa bem antiga. Talvez esse Debian 10 maquiado tenha de aparecer como “Satux” por alguma questão contratual ─ mas deveria haver ao menos uma página na Internet que fosse, no site do fabricante, a sinalizar que se trata de versão nova…

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