O KDE Linux é imutável para ser simples e estável

O KDE Linux adotou o modelo imutável, em vez de seguir os sistemas tradicionais de pacotes nativos, como APT, DNF ou Pacman. Essa escolha foi explicada por Nate Graham, desenvolvedor e membro importante do KDE, que destacou que a imutabilidade tem como objetivo “oferecer mais estabilidade, simplicidade e previsibilidade ao sistema”.

O projeto, ainda em desenvolvimento, teve sua versão alfa lançada em setembro de 2025, com o intuito de oferecer uma experiência “KDE pura”, unindo o ambiente de desktop Plasma com tecnologias modernas de base, todas vindas diretamente dos desenvolvedores originais.

O gerenciamento de pacotes é uma ferramenta poderosa, mas indicada principalmente para desenvolvedores e construtores de sistemas; enquanto a instalação de softwares adicionais, pelo usuário comum, pode modificar o sistema operacional e gerar instabilidade a longo prazo, como conflitos de dependências, falhas no sistema e ambientes difíceis de replicar.

Para evitar esses problemas, o KDE Linux optou por um modelo imutável, no qual o sistema é construído uma vez usando pacotes do Arch Linux como base e, em seguida, congelado e distribuído como uma imagem estável e somente leitura. Atualizações simplesmente substituem a imagem anterior por uma nova, em um modelo similar ao do Fedora Silverblue e do openSUSE MicroOS.

A ênfase na imutabilidade coloca a distribuição em um nicho voltado para desenvolvedores e entusiastas do KDE, já que a maioria dos usuários comuns está mais acostumada com sistemas tradicionais de pacotes, como Debian, Fedora, Arch e Mint, e pode achar o modelo imutável mais complexo.

Essa abordagem oferece vantagens claras, como previsibilidade, já que todas as instalações são idênticas; confiabilidade, pois as atualizações são atômicas e reversíveis; e durabilidade, já que o sistema não sofre “degradação” com o tempo devido a modificações locais ou alterações nas dependências.

Para a instalação de aplicativos, o KDE Linux adotou o Flatpak como método padrão, reconhecendo que, embora não seja perfeito, ele resolve um dos maiores problemas do Linux: a falta de uma plataforma universal e confiável para distribuição de aplicativos.

Para usuários avançados que buscam mais flexibilidade, ferramentas baseadas em contêineres como Distrobox, Toolbox, Homebrew ou Nix estão totalmente suportadas, permitindo a instalação de pacotes adicionais de forma isolada, sem comprometer a estabilidade do sistema base.

Para os desenvolvedores, a imutabilidade pode ser uma solução mais simples e segura para garantir a estabilidade do sistema, mas para os usuários regulares, ela pode parecer algo voltado a usuários avançados.

O KDE Linux provavelmente continuará sendo uma opção de nicho, atraindo principalmente desenvolvedores e fãs do Plasma, embora o tempo dirá se essa previsão se confirmará ou não.

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Nunca tinha usado um sistema imutável, então instalei numa vm a versão imutável do Opensuse e confesso que é bem interessante e mantém o sistema sempre atual e seguro. Creio ser uma tendência daqui pra frente. Excelente para pessoas que só precisam usar o computador, sem se preocupar com mais nada.

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Creio que não, pois os esforços são para que finalmente o KDE tenha sua própria distro, e com o aprendizado de alguns anos do KDE Neon, a expectativa é que seja uma experiência melhor e mais coesa.

Além disso os desenvolvedores estão com muitas expectativas deste projeto, o que refletirá em mais engajamento nas comunidades para que os usuários migrem ou deem uma oportunidade em usar o KDE Linux.

E pelo que vi em publicações, creio também num uso comercial; pois acreditam que finalmente terão um produto estável, seguro e possível de ser comercializado, distribuído e oferecido ao público geral.

Tenho alguns pontos a discordar e concordar também rsrs; primeiro que o usuário leigo só quer sentar no pc, ligar e saber que as coisas irão funcionar; não se preocupando com a base do sistema, apenas com a experiência de uso.

O usuário que só irá na lojinha de apps pesquisar se X programa estará disponível e qual versão ele poderá usar não ligará pro tipo de empacotamento. A não ser que o desempenho seja ruim ou coisas simples como a não aplicação do tema do sistema, ele pouco saberá se usa um Firefox em .Deb ou Flatpak por exemplo.

E talvez quem tenha mais conhecimento em sistemas Linux seja o usuário que mais tenha algum pé atrás com os sistemas imutáveis. E o utilize como entusiasta de tecnologia, e não seu sistema principal de trabalho.

Creio que pro usuário comum usar base imutável é mais simples, visto a promessa de estabilidade e um sistema a prova de “idiotas”. Já o usuário experiente prefira ter um sistema tradicional, mais a sua mão.

Mas isso só o tempo dirá. Mas o que os desenvolvedores falam é isto, uso e possibilidade de atender o público mainstream .

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são as espectativas dos desenvolvedores. vejamos o que acontecerá.

Idéia boa, depois que testei o Bluefin/AuroraDX tenho vontade de colocar em todos meus dispositivos, o brew+distrobox resolve praticamente 100% o problema de ser imutável e eles acompanham aqueles scripts que automatizam todo tipo de problema chato de resolver (o ujust, por exemplo, rodar virtio/qemu em sistemas imutáveis, esse tipo de coisa que precisa alterar arquivos no root). Eu deixei em dual boot pois ainda estou testando, mas acho pode ser bastante viável pra quase todo mundo. Já uso bastante o distrobox pra manter as versões do python mais atualizadas, por exemplo, e não bagunçar meu sistema, então meu workflow continuou basicamente o mesmo.

Eu queria algo análogo ao Ubuntu Studio mas imutável, tipo um ublue studio ou algo assim, tenho um setup peculiar com karaoke e o ubuntu studio facilita bastante a vida por já vir com toda aquela parafernalha de audio pré configurada (carla, zilhares de gerenciadores de jack e rack, etc). Não gosto de depender do Ubuntu Studio, ainda mais nessa máquina que quanto mais tempo ficar sem atualizar melhor hehe. Toda vez que atualizo fico com ansiedade de quebrar o setup que é um saco de deixar redondo.

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Para o usuário simples, é justamente uma distro imutável que vira um problema.

São absurdamente limitadas, ficam reféns de quem as desenvolve para resolver problemas, possuem menos acesso a apps, os apps podem ter problemas ao serem rodados via Flatpak, tem apps que nem existem em versão Flatpak.

O KDE Linux é algo muito sem sentido, fazer outra distro imutável que usa o KDE e Flatpak é só espalhar ainda mais a “mão de obra“.

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Tenho que concordar. Eu tentei o Kalpa. Tive um problema com teclado. E não consegui resolver (apesar disso ser relativamente simples em outras distros). O sistema imutável que não casar com o hardware, pode se tornar um bug imutável, ou de difícil solução. Acho que a apple adota isso por ter alto grau de compatibilidade entre o sistema e o hardware.

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Nunca testei uma distro imutável, mas ter que mudar algo no linux é necessário as vezes, eu mesmo para jogar tenho que modificar permissões no kernel para que um aplicativo possa gerenciar minha placa de video.

Preciso instalar um “driver” do meu wifi, se uma distro imutável não permite isso eu terei que evitá-las.

Ah e se ser imutável significa perder aplicativos pior ainda, quero mais não menos.

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Minha experiência com distros imutáveis foi um horror. Pra atualizar precisa baixar uma nova imagem de sistema, até onde entendi, e o sistema se encarrega de instalar tudo. Porém, a velocidade era horrível! Era muito mais fácil por o Fedora normal, ao invés do Silverblue/Kinoite que instalava em segundos e ficava atualizado. Espero que isso não se torne o padrão daqui pra frente. Prefiro o antigo que funciona.

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E dependendo do Aplicativo, a versão em Flatpak deixa muito a desejar.

Eu uso o XnConvert em Flatpak, e a opção de excluir arquivos após a conversão já não funcionava nessa versão. Agora, o XnConvert Flatpak desenvolveu-se amnésia depois que atualizei ele, pois ele sequer consegue se lembrar das configurações anteriores.

E num outro caso, instalei o Ghostwriter para testar. A versão em Flatpak sequer conseguia puxar o dicionário em PT-BR para ser usado nele. Instalei a versão dos repositórios, e isso funcionou.

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