Por muito eu vi discussões referentes a familiaridade de sistemas operacionais Linux para computadores pessoais. O argumento que mais vi se repetir nesse período é o de que os ambientes que se assemelham ao Windows são os mais familiares e eu realmente pude ter várias confirmações em várias situações diferentes.
Exemplo de alguém que preferiu o KDE Plasma ao GNOME.
Entretanto, com o passar do tempo e com o surgimento de uma nova geração, vejo que algumas coisas estão mudando. A disposição, workflow e comportamento geral do que é julgado como familiar para um sistema de um dispositivo pessoal está mudando.
Em minha convivência com adolescentes e até mesmo crianças, percebe-se nitidamente desinteresse para com computadores de mesa e notebooks. Por outro lado, nota-se uma dependência dos mesmos pelos seus smartphones.
Em um momento que me deixou sem reação, meu irmão mais novo, 9 anos, ao meu ver trabalhando usando o Fedora Workstation (GNOME 40) como sistema operacional, disse…
Pedro, como eu faço isso no computador? Como se fosse um celular, mostrando tudo que está aberto? Assim é muito melhor. O computador de papai não é assim, é muito ruim. Olha ai! Você consegue até ver todos seus aplicativos!
Na idade de meu irmão caçula, eu estava desdobrando o Windows XP o máximo que podia, já ele cresceu com um celular Android na mão, utilizando raramente um computador de mesa (Windows 10) que comprei para meu pai.
Após isso, motivado pela curiosidade, procurei conversar com jovens e mostrar despretensiosamente o mesmo Fedora que gerou a fala de meu irmão caçula.
Em uma faixa etária de 11 a 20 anos, deparei-me com jovens que no máximo tinham notebooks, sendo smartphones e tablets os dispositivos mais predominantes. Nenhum teve ou tem um computador de mesa. Para aqueles que trabalham, é justamente no trabalho em que eles possuem maior contato com um computador tradicional e como consequência, o Windows 10, 8 ou 7. Vale citar que são jovens que se enquadram na classe média, sendo os mais velhos recém formados no ensino médio ou calouros em suas respectivas faculdades.
Para a minha surpresa, todos tiveram facilidade e rápida adaptação ao Fedora com GNOME 40, como se já soubessem o que fazer, indiferentemente da breve explicação sobre o funcionamento que dei. Realmente, uma surpresa, porque é a experiência oposta da que tive quando experimentei o GNOME pela primeira vez.
Esse computador é mais simples do que o que a gente usa aqui na empresa. Aqui você aperta e tem o que você tem aberto, é tipo o Android. Acho que é mais fácil assim.
Descrição de um rapaz de 18 anos que trabalha em uma Auto Peças.
Essa pequena experiência movida pela minha curiosidade me fez pensar que estamos chegando em um ponto de transição, não só de geração de usuários, mas da tecnologia em si.
Curioso, não? O que vocês acham disso? Estão se sentindo velhos como eu estou? O que acham dessa mudança de padrões que está ocorrendo?