Pela minha experiência, a “base” tem influência limitada. Pode-se pegar uma distro-base enxuta e com ela fazer uma distro-derivada cheia de serviços ativados que irão exigir muito mais do hardware.
O contrário também acontece. Em 2016, meu Kubuntu era “pesado”. Instalei o KDE Neon em outra partição, e vi que ele usava menos RAM, por exemplo. É porque meu Kubuntu estava com todo o PIM instalado e ativado, enquanto o KDE Neon nem instalou o PIM. Desde então, sempre desativo o PIM em todas as distros, e em algumas até removo o PIM ─ Kubuntu, openSUSE, ─ e o ambiente Plasma KDE fica muito mais leve. De uns tempos para cá, o próprio Kubuntu oferece no instalador a opção de incluir ou não o PIM.
A “Pesquisa de Arquivos” é outro recurso do KDE, que não tinha utilidade para mim. Usava CPU feito um doido, nas primeiras horas após a instalação, esquentava, deixava meu velho hardware devagar-quase-travando. Desde 2016, sempre desativo. O Dolphin encontra qualquer coisa que eu procure em poucos segundos, mesmo em HDDs antigos, dispositivo USB de 1 TB, com a mesma rapidez de antes.
No Kubuntu, e depois em outras distros, me acostumei a desativar (ou remover) o “unattended-upgrades”, que faz atualizações de segurança sem perguntar, e até sem avisar, o que deixava minha máquina numa espécie de atoleiro durante alguns minutos, como se o mouse usasse sapatos de chumbo num mar de melado grudento.
O tal “Discover” (plasma-discover), que em 2016 tinha umas animações absurdas, só de abrir, já deixava o computador devagar-quase-travando. Digitar 3 letras para iniciar uma busca por pacote, levava uma eternidade. Arrastar uma janela de aviso, deixava um rastro na tela. O uso de CPU era infernal, a temperatura subia na mesma hora.
Com o tempo, me acostumei a remover o PackageKit e o Plasma-Discover, e quando uma distro vinha com outros mecanismos de verificação automática de atualizações, eu tratava de desabilitar. Me acostumei a verificar manualmente, pelo apt-update no Konsole; e quando quero comodidade, uso o Synaptic. Nas outras distros, só pacman, zypper, dnf, urpmi, xbps etc.
Outro exemplo: minha primeira distro não-debian foi o Manjaro, e fiquei maravilhado com tantas maravilhas. Porém, a tela do meu 2 x Core2 Duo com 4 GB RAM dava umas piscadas nervosas, às vezes dava uma mini-congelada, era um negócio meio tenso. Examinando os “Efeitos” no KDE System Settings, vi que eram muito mais numerosos do que no Kubuntu ou no KDE Neon, e acabei desativando vários efeitos (inclusive o Compiz), animações etc., até amansar o bicho.
Naquele hardware antigo e fraco, aos poucos fui descobrindo outras coisas que também aliviavam para o hardware, tais como trocar o compositor OpenGL2.0 pelo XRender, desativar “Aceleração do hardware” no Chromium etc.
Seis meses depois, instalei o próprio Arch (pelo Revenge, atualmente Zen Installer), e veio sem tanta firula. Nenhum estremecimento da tela. Removi o Manjaro e usei o Arch por quase 3 anos, sem perceber qualquer sobrecarga em cima do hardware.
Durante vários anos, sempre tive um Debian (stable) KDE instalado em dualboot, e também sentia algumas demoras, lags, pequenos freezes. Mais tarde, instalei o Devuan com KDE, e achei mais leve e macio. A “base” é o próprio Debian stable, mas de algum modo a ISO instalava um sistema um pouco mais enxuto.