Testei algumas distribuições com ambiente Gnome há menos de uma semana. Percebi que a Central de Programas do Gnome vem com vários pacotes Flatpacks já no ponto de instalação, sendo que há esses mesmos pacotes nativos nessas distribuições. Os exemplos foram: Arch Linux e OpenSuse. Seria uma forçação de barra? Eu creio que sim.
O que significa isso exatamente? O suporte a flatpak existe na Gnome Software, mas depende de cada distro ativar ou não.
Isso me parece ter mais relação com a distro, do que com o GNOME em si.
Bom, o que eu quero dizer é que, já que existe nativo, porque instalar algo mais “lento”? No Arch, principalmente! Apesar de ser uma distro rapidíssima, sempre há uma queda no rendimento na hora de abrir o programa.
Um dos principais contribuidores do Projeto GNOME é a Red Hat, que endossa fortemente o uso de flatpaks, recomenda e os envia em seus próprios produtos. De fato, a GNOME Software prioriza a instalação dos flatpaks. Mas nunca te impede de instalar a versão nativa — o pacman é mais poderoso que a maioria das lojas de programas.
Lembrando que o Flatpak nasceu de devs GNOME usando outras tecnologias do projeto. Hoje não só funcionários da RedHat mantém o projeto, mas também da Colabora, Endless e outras, é natural que Flatpaks pareçam “em casa” na GS, inclusive é o formato o projeto apoia.
O gerenciador de pacotes do Arch(principalmente) não se dá muito bem em GUI pois é muito verboso…
Dentre os vários motivos para se adotar Flatpaks ao invés de pacotes nativos tradicionais, podemos citar:
- Universalização, possibilitando a padronização entre diferentes distribuições Linux. Isso facilita - e muito - o trabalho de manutenção dos pacotes por partes dos desenvolvedores e contribuidores, além de garantir que a experiência de uso seja consistente, independentemente da distribuição escolhida;
- Isolamento, permitindo que o aplicativo seja instalado e opere sem interferir nos arquivos do sistema. Como resultado, pode-se obter ganhos em estabilidade e segurança;
- Menor incidência de quebras por conflito de dependências, uma vez que estas sempre estarão incluídas nas versões corretas;
- Melhor organização do sistema, evitando a instalação de múltiplas dependências (“dependency hell”) na raiz do sistema. Este ponto é especialmente interessante no caso da Steam, por exemplo, que necessita de inúmeras libraries de 32 bits para funcionar;
- Acesso mais rápido a atualizações, em geral, em comparação a repositórios tradicionais, especialmente no caso de distribuições LTS;
- Etc.
Pessoalmente, não notei perda de velocidade significativa em nenhuma distro, incluindo Arch e Manjaro, por usar pacotes Flatpak. Notei isso em alguns pacotes Snap no passado (embora também já tenham melhorado muito).
Não existe forma de empacotamento “melhor” ou “pior”, cada uma tem suas vantagens e desvantagens. Por isso há um número “n” de motivos a serem analisados pelos desenvolvedores de uma distro, DE ou loja de aplicativos na hora de definir critérios de priorização.
Boa colocação. Mas, ainda vejo uma pequena diferença na hora de abrir programas, principalmente em HDs. Já em SSDs, a diferença cai um pouco.
É pelo modo que os flatpaks funcionam:
- O bwrap (sandbox) mapeia toda as runtimes que o app precisa e monta em um diretório num tmpfs
- O bwrap monta a pasta do aplicativo no local onde montou as runtimes
- O sandbox substitui os symbolic relacionados a internet nas runtimes pelos do disco e depois monta os /devs autorizados
- O entrypoint do aplicativo e iniciado e toda vez que ele faz uma chamada no / ele redireciona para o caminho equivalente na sandbox
Em HDDs os flatpaks são inerentemente mais lentos que pacotes tradicionais
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